O objetivo geral deste trabalho é mapear as transformações de subjetividade vivenciadas por mim em um período de 12 meses de intercambio cultural. Por tratar-se de uma pesquisa na qual sujeito e objeto de pesquisa coincidem, a metodologia adotada para este estudo, foi a cartografia, segundo a perspectiva dos autores Deleuze e Guattari. Utilizei-me  de um relato, em forma de narrativa, de minha experiência. Os principais conceitos abordados foram os de cultura, subjetividade, linguagem e rituais de passagem. Tais conceitos permitiram lançar luz sobre as vivencias e serviram como suporte para a descrição das transformações subjetivas vivenciadas no transcorrer do intercambio. A cada Porto uma novidade, uma experiência, uma língua e um novo mapa para se apropriar. Novas ruas para perambular, costumes para decifrar, perfumes e sabores para degustar e uma infinidade de lugares para conhecer. E é aqui que se constitui o objeto de estudo que interessa também ao campo da psicologia: que elementos estão presentes no processo de transformação da subjetividade? Como se processa este movimento que transmuta o sujeito em outros, a partir dos encontros? Para Deleuze e Guattari (1996) a subjetividade não implica uma posse, mas uma produção incessante que acontece a partir dos encontros que vivemos com o outro.  Contudo, este estudo provoca uma reflexão sobre a trasmutação que a subjetividade sofre durante a vida, de acordo com as experiências e meios aos quais estamos expostos. Nestas narrativas, podemos observar o quanto os textos da subjetividade podem ser diferentes e de que forma conseguem se transformar através de seus enlaces, mostrando-nos o quando a subjetividade está em constante mutação e que nós, a partir das vivencias, podemos explorar as múltiplas facetas existentes dentro de cada um de nós.

Palavras-chave: Intercambio, Cultura, Rituais de Passagem, Subjetividade