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EDUCAÇÃO FISICA: EDUCAÇAO PARA A SAUDE E QUALIDADE VIDA
ALESSANDRA MARTINS MARTINS TRZECIAK

Última alteração: 27-10-2014

Resumo


RESUMO

A Educação Física é um processo de educação para a saúde, pois ao promover uma educação efetiva para a saúde constitui-se também a conquista de um estilo de vida ativo, favorecendo a obtenção de qualidade de vida. Esta revisão trata da importância da educação física para a promoção da saúde e qualidade de vida na escola.  Tendo como objetivo a reflexão e conscientização de que os profissionais de educação física devem desenvolver um trabalho dentro da escola voltado educação em saúde.  Segundo o Conselho Federal de Educação Física (Confef), o profissional de Educação Física é um especialista em atividades físicas, nas suas mais diversas manifestações, tendo como propósito prestar serviços que favoreçam o desenvolvimento da educação e da saúde, contribuindo para a capacitação e/ou restabelecimento de níveis adequados de desempenho e condicionamento fisio-corporal dos seus beneficiários, visando à consecução do bem-estar, da consciência, da expressão e estética do movimento, da prevenção de doenças, de problemas posturais, da compensação de distúrbios funcionais, contribuindo ainda para a consecução da autonomia, autoestima, da solidariedade, da integração, da cidadania, das relações pessoais, da preservação do meio ambiente, visando enfim a consecução da qualidade de vida. Devide, 1996, coloca que enquanto educador, o professor de Educação Física deve estar atualizado ao conceito multifatorial de saúde para que tenha argumentos consistentes, e condições de ampliar e relacionar o compromisso da Educação Física para além da esfera da aptidão física Educação Física: Educando a cultura corporal do movimento.

Ao analisarmos os parâmetros curriculares nacionais da educação física, encontramos como um dos principais objetivos no ensino fundamental, desenvolver nos alunos o conhecimento de seu corpo para que tenham consciência de hábitos saudáveis em relação à saúde e qualidade de vida.  Segundo a organização mundial de Saúde, saúde é o completo bem-estar físico, mental e social e não a simples ausência de doença. Essa definição de saúde aponta para a complexidade do tema, e a reflexão mais aprofundada sobre seu significado que nos leva a considerar a necessidade de ações interdisciplinares no sentido de criar condições de vida saudáveis começando pelo cotidiano escolar.  Devemos então ampliar o conhecimento da comunidade escolar sobre os determinantes da saúde, o autocuidado, as relações com o meio em que se vive e o direito à saúde como estratégia para a educação em saúde visando à aquisição da qualidade de vida. Educação é uma parte da socialização geral, isto é, aquele setor de interações conscientes e socialmente regulamentadas, nas quais o jovem, no seu processo de desenvolvimento, é qualificado a aprender maneiras culturais de uma sociedade e prosseguir no seu desenvolvimento e nesse processo de qualificação tornar-se uma pessoa independente e responsável. Na escola, mas precisamente nas aulas de educação física devemos valorizar as diferentes manifestações da cultura corporal de movimento, relacionando-a com o contexto em que são produzidas, utilizando-as como recurso para a integração entre os diferentes níveis escolares e entre diferentes grupos sociais. Reconhecendo as atividades corporais e de lazer, uma necessidade do ser humano e um direito do cidadão.        Atualmente, a Educação Física Escolar está relacionada ao conceito de cultura corporal de movimento (SOARES, 1992). Porém, existe a necessidade do professor fazer a ligação entre a teoria e prática, inovando pedagogicamente, a fim de contribuir para a formação integral das crianças. De esta forma avaliar se o aluno consegue aprofundar-se no conhecimento dos limites e das possibilidades do próprio corpo de forma a poder controlar algumas de suas posturas e atividades corporais com autonomia e valorizá-las como recurso para melhoria de sua aptidão física.  Fazendo com que o mesmo se integre a dimensão emocional e sensível do corpo à cultura corporal de movimento ampliando sua compreensão de saúde e bem-estar, fazendo com que o aluno se aproprie de informações e experiências da cultura corporal de movimento, de modo que estabeleça relações entre esses conhecimentos, conceitos, valores e atitudes, tendo em vista a promoção da saúde e a qualidade de vida.                                                                 “... O professor de Educação Física é dono de uma condição privilegiada para avaliar     valores e     atitudes, uma vez que os comportamentos tornam-se muito evidentes nas aulas pela natureza dos seus conteúdos e estratégias”. (PRETTO, PAG 01, 1978). Estamos vivendo numa sociedade cada vez mais concorrida, veloz, ágil e impaciente e isto acaba se refletindo no estilo de vida que levamos. Com este estilo de vida tão atribulado, sobra pouco tempo para realizarmos as atividades mais simples. E nessa dinâmica, sobra pouco tempo para resolvermos todas as “tarefas”, sejam elas de ordem pessoal ou profissional. Com isto, acabamos constantemente comentando: “vivemos uma vida muito corrida” e/ou “não temos tempo para fazer nada”. Dessa forma, a vida anda cheia de obrigações e compromissos, deixando-nos pouco tempo para valorizar ”coisas” simples do nosso cotidiano. O modelo de sociedade em que vivemos (capitalista) vê o homem, e sua força de trabalho, como uma ferramenta essencial para a produção; dessa forma, segundo alguns autores, as pessoas com estilo de vida saudável (ativo) aumentam a eficiência e produtividade, reduzem as faltas no trabalho, assim, auxilia as empresas a diminuírem os gastos e aumentam os lucros (KIMIECIK e LAWSON apud MATIELLO JUNIOR e QUINT, 1999, p. 869). Nesse sentido, ser saudável é uma exigência do sistema econômico em que estamos inseridos. Existem os que entendem que ter hábitos saudáveis está relacionado ao estilo de vida. Para adquirir este estilo de vida, devem-se adotar algumas condutas relacionadas ao bem estar de cada um em relação à saúde e qualidade de vida.   As atividades físicas propiciam uma série de adaptações metabólicas, cardiorrespiratórias e músculo-ósteoarticulares  que produzem benefícios ao bom funcionamento geral dos sistemas do corpo humano. Para que nosso corpo esteja bem, é necessário que façamos escolhas que atendam aos nossos interesses, sejam prazerosas, sejam cotidianas, e possibilitem a ampliação das relações sociais. Entender algumas definições práticas e diferenças relacionadas à bem estar fisiológico, nos faz compreender que: Atividade Física: Qualquer movimento corporal, produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta em gasto energético maior do que os níveis de repouso. (CASPERSEN ET AL, APUD NOGUEIRA & PALMA, 2003, P. 107). Exercício Físico: É toda atividade física planejada, estruturada e repetitiva, que visa à melhoria e à manutenção de um ou mais componentes da aptidão física. (CASPERSEN. ET. AL, apud NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 107). Esporte: É fruto de uma evolução que se realizou entre os séculos XIII e XIV. Na França, já no século XIII, era usada a antiga palavra desport, que deriva de depórter, a qual se relacionava com os meios de transcorrer agradavelmente o tempo: recreações, jogos, etc. Também na Inglaterra do século XIV, este termo manteve o mesmo significado, sendo traduzido como Sport. Eram jogos e exercícios adaptados à nobreza e sua condição social, designando, assim, certo modo de vida. (NOGUEIRA & PALMA, 2003, p. 107). Para o senso comum, atividade física é saúde. Não só a atividade física, mas principalmente os esportes, os exercícios físicos, pois basta ligarmos a TV, abrirmos um jornal, folharmos uma revista e até mesmo passearmos pelas ruas da cidade, que encontramos vários elementos identificando a associação entre atividade física e a promoção da saúde.        Um olhar crítico sobre as informações que nos bombardeiam, através dos vários mecanismos de comunicação utilizados para “convencer” a população sobre a importância de praticar atividades físicas, deve basear-se numa profunda análise das intenções reais que podem estar implícitas. Observe que os vários tipos de mídia, como os jornais ou a televisão, têm uma ampla influência sobre nossas experiências e sobre a opinião pública, não apenas por afetarem nossas atitudes de modo específico, mas por ser, muitas vezes, o único meio de acesso ao conhecimento do qual dependem muitas atividades sociais (GIDDENS, 2001 p.367). Devemos pensar em atividade física não como uma obrigação para termos saúde, mas sim como uma atividade que nos traga prazer, alegria, contribuindo para o próprio bem estar. A atividade física deve ser encarada sobre diversos aspectos e não somente pelo enfoque biológico, anatômico, biomecânico e nutricional. Mas encarar a mesma como um processo de conscientização de saúde e bem estar, identificando-a globalmente, e que para mantê-la depende de nós mesmos. Portanto, torna-se necessário a escola apontar um caminho, entre as várias possibilidades, de fazer uma atividade física que promova a eliminação gradativa do sedentarismo. Entende-se a Educação Física como uma área de conhecimento da cultura corporal de movimento e a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e da melhoria da qualidade de vida. Trata-se, portanto, de localizar em cada uma dessas modalidades (jogo, esporte, dança, ginástica e luta) seus benefícios humanos e suas possibilidades de utilização como instrumentos de comunicação, expressão de sentimentos e emoções, de lazer e de manutenção e melhoria da saúde. E a partir deste conceito, formular as propostas de ensino e aprendizagem da Educação Física escolar. Seja qual for o objeto de conhecimento em questão, os processos de ensino e aprendizagem devem considerar as características dos alunos em todas as suas dimensões (cognitiva, corporal, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e inserção social).  É tarefa da Educação Física escolar, portanto, garantir o acesso dos alunos às práticas da cultura corporal, contribuir para a construção de um estilo pessoal de praticá-las, e oferecer instrumentos para que sejam capazes de apreciá-las criticamente.  No âmbito da Educação Física, os conhecimentos construídos devem possibilitar a análise crítica dos valores sociais, como os padrões de beleza e saúde. A relação entre Saúde e a Educação Física são imediatas e automáticas. Dessa forma, a preocupação e a responsabilidade na valorização de conhecimentos relativos à construção da autoestima e da identidade pessoal, ao cuidado do corpo, à nutrição, à valorização dos vínculos afetivos, e todas as implicações relativas à saúde, são compartilhadas e constituem um campo de interação na atuação escolar. Sendo, assim, a prática do esporte resultaria necessariamente em saúde, a dança em capacidade expressiva, a convivência lúdica em relacionamento integrado, o exercício em boa forma, o esforço em sucesso e bem-estar, a prática sistemática em disciplina, e a superação de limites na satisfação e no prazer.  Na prática da educação física são adquiridas e estimuladas varias capacidades físicas.E a escola é o local ideal para a contextualização desses conteúdos. Os professores devem dirigir a sua prática no sentido de conscientizar os alunos a respeito da importância da criação de um estilo de vida ativo e de hábitos de vida saudáveis, pois a aptidão física relacionada à saúde representa um papel importante na promoção de uma vida longa e saudável. Sendo o professor de educação física o responsável em transmitir adequadamente esse conhecimento. A educação física deve proporcionar informações e estimular os estudantes à adoção de comportamentos favoráveis para a manutenção ou aprimoramento de componentes do estilo de vida relacionados à saúde. Para isso, o processo de ensino-aprendizagem deve ser utilizado através de vivências sistematizadas de dimensões da cultura do movimento humano. O profissional de educação física pode intervir e contribuir para a maior qualidade de vida, conforme Fontoura et.al(2008,p22). Os professores de Educação Física hoje têm um grande desafio, devendo cada um construir possibilidades diversas de análise e recriação das práticas corporais, por meio das variadas manifestações da Cultura Corporal, aprofundando a reflexão crítica dos alunos acerca dos conhecimentos próprios desta disciplina escolar. Sendo assim a Educação Física, Educação e Saúde  devem aparecer na escola como promotora da qualidade de vida, pois tais potencialidades são claramente observadas e adquiridas durante a prática ministrada pelo profissional de Educação Física. Sendo esta prática indicada como um dos fatores comprovadamente importantes para a aquisição de um estilo de vida saudável, e um atenuante para a prevenção e combate aos agravos à saúde da nossa sociedade atual.

PALAVRAS-CHAVE: Educação Física, Educação, Saúde, Qualidade de vida.

 


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