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Depressão na Infância: Aspectos Clínicos, Etiológicos e Interventivos
Última alteração: 29-04-2015
Resumo
O presente estudo visa caracterizar a depressão na infância, trazendo sua sintomatologia e aspectos ligados a sua etiologia e abordagem terapêutica. O estudo da depressão na infância passou a ter maior enfoque a partir da década de 1970. (Barbosa & Lucena, 1995). Atualmente, a incidência deste transtorno tem aumentado consideravelmente, entretanto, seu diagnóstico segue difícil, pois o mesmo pode apresentar comorbidades e sintomas diversos daqueles apresentados pelos adultos, tais como irritabilidade, queixas somáticas, distúrbios do sono e do apetite, dificuldades escolares e de comportamento. (Calderaro & Carvalho, 2005). Além disso, comumente apresenta variação de sintomas de acordo com o período desenvolvimental no qual a criança se encontra. Desta forma, o objetivo deste estudo é contribuir para uma melhor identificação, compreensão e intervenção neste transtorno. Através de revisão bibliográfica, utilizou-se, além dos autores já citados, Fichtner (1997); Marcelli (1998) e Bahls & Bahls (2003). Foram agrupados os sintomas característicos para cada fase do desenvolvimento infantil Assim, observou-se que quanto mais jovem a criança, os sintomas tendem a aparecer de forma mais somática, como anorexia, episódios diarreicos e afecções respiratórias. Em crianças pré-escolares, a alteração de comportamento é mais evidente, isolamento ou retraimento, calma ou agitação excessivas, condutas auto ou heteroagressivas. As crianças em idade escolar já podem conseguir verbalizar o seu humor depressivo, descrevendo-o, muitas vezes, como tristeza, irritabilidade ou tédio. Além disso, os sintomas englobam declínio ou baixo rendimento escolar, podendo chegar até mesmo à recusa escolar, ansiedade de separação, fobias e desejo de morrer. Verificou-se que a etiologia do transtorno, neste estudo compreendida como um contexto favorecedor para o seu desencadeamento, comumente está ligada a dificuldades no relacionamento familiar, tais como problemas no vínculo mãe-filho, abandono, carência infantil, maus tratos ou a situações traumáticas desencadeadas por intensificação de estresse ou perdas significativas. A abordagem terapêutica, evidentemente, dependerá do caso particular em questão, mas poderá abranger ações a nível psicoterápico, psicofarmacológico e a devida orientação familiar e escolar, visando sempre à redução de danos.
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