Última alteração: 31-08-2023
Resumo
A Organização Mundial da Saúde (OMS, 2002) definiu violência como uso intencional da força ou poder, como ameaça ou efetivamente, contra si mesmo, outra pessoa, ou grupo, que tem grandes probabilidades de causar sofrimento, danos físicos e psíquicos, alterações do desenvolvimento ou privações, podendo ser dividida em três categorias: Violência contra si, violência interpessoal e violência coletiva. Este trabalho abordará especificamente a violência doméstica, que consiste em um grave problema de saúde pública em razão de sua alta incidência e pelas consequências que acarreta na vida das vítimas. Azevedo e Guerra (1995) (citado por Oliveira & col., 2015) definem violência doméstica como ato ou omissão praticado por algum membro familiar que cause à vítima dor, dano físico, sexual e/ou psicológico, ou que viole direitos e proteção das crianças e adolescentes. A criança pode ser atingida pela violência doméstica de duas maneiras: direta e indireta. Se alvo do abuso ou negligência, esta é considerada vítima direta. Se exposta às cenas de agressão entre os pais, será considerada vítima indireta (Brancalhone, Fogo & Williams, 2004). OBJETIVOS: Evidenciar os impactos da violência doméstica contra crianças e adolescentes no comportamento e desempenho escolar destes, descrever os comportamentos mais recorrentes e relacionar a violência doméstica, contra crianças e adolescentes, com o desempenho escolar. METODOLOGIA: Este projeto de pesquisa foi desenvolvido na disciplina de Estágio em Processos Institucionais e Saúde da Ulbra – Campus Guaíba, do qual se utilizará a revisão integrativa de literatura, sendo assim, aqui serão expostos resultados parciais. DESENVOLVIMENTO: Conforme Cardia (1997, p.32) (em Ristum, 2010, p. 234), "crianças que testemunham a violência dentro de casa, ou que são agredidas diretamente, tendem a ser agressivas e a ter comportamentos antissociais fora de casa, principalmente na escola". Já Szyndrowski (1999) (em Milani & Loureiro, 2009), descreve que crianças e adolescentes em situação de violência apresentam manifestações como agressividade, medo, baixa autoestima, desconfiança nas relações íntimas, e problemas relativos à autoridade. Tendem, ainda, a apresentar comportamento introspectivo, agitação e agressividade. Segundo Pereira e colaboradores (2009), a violência doméstica pode comprometer o desenvolvimento psicológico e emocional da criança agredida. Relacionado ao desempenho escolar da criança vitimizada, nota-se dificuldade de aprendizagem, pouco aproveitamento, desmotivação, evasão escolar, repetência e necessidade de educação especial (Brancalhone & col, 2004). Conforme Silva (2015), o comportamento desatento e disperso resulta em falta de atenção e concentração em aula, dificuldade de aprendizagem e baixo rendimento escolar. Quanto ao desinteresse em aula, pode ser justificado pela dificuldade em estabelecer uma relação afetiva do aluno com os demais colegas e professores, desestimulando-os. CONCLUSÕES: Conforme informações trazidas no estudo, tornou-se possível evidenciar que a violência familiar, mesmo localizada fora da escola, interfere significativamente no seu cotidiano, em razão da alteração no comportamento da criança/adolescente no ambiente escolar ou em seu desempenho acadêmico. Além disso, o baixo rendimento escolar não deve ser atribuído somente às características pessoais, deve-se considerar também o contexto familiar, escolar e social em que o aluno está inserido.