Portal de Eventos da ULBRA., XIX SEMINÁRIO DE PESQUISA

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A CHEGADA DO 1º FILHO PREMATURO: UMA ANÁLISE DAS EXPERIÊNCIAS MATERNAS
Daniela Geanechini Lemke

Última alteração: 17-03-2017

Resumo


A gestação de um filho envolve muitos sentimentos, como alegria, realização pessoal, completude, felicidade, angústia, preocupação, entre outros, acompanhados pelo desejo e pela idealização de um filho perfeito (ROECKER et al, 2012). O nascimento de um filho prematuro é uma situação inesperada para a família, principalmente para a mãe, que se vê envolvida por sentimentos de angústia, medo, impotência e muitas vezes, revolta. O bebê prematuro é classificado de acordo com a idade gestacional, sendo o prematuro limítrofe aquele nascido entre 37 e 38 semanas; moderado nascido entre 31 e 36 semanas e prematuro extremo aquele nascido entre 24 e 30 semanas de idade gestacional. O baixo peso do bebê é uma das maiores preocupações e causas da permanência por um longo período de hospitalização (HUBERMAN, HERRERA e PITTAR, 2015). O tempo de hospitalização pode desorganizar a dinâmica familiar e é um momento de estresse para a mãe que geralmente sente-se excluída de sua vida familiar e social. Isso porque enquanto os familiares retomam para a sua rotina normalmente, a mãe do bebê prematuro permanece ao seu lado na UTI Neonatal. Lidar com a experiência de ter um bebê prematuro, que necessita de hospitalização, com a separação física do bebê, com a possibilidade de agravamento ou perda, faz com que sentimentos de preocupação, angústia, medo e insegurança predominem as experiências maternas. A partir dessas constatações, essa pesquisa buscou analisar as vivências das mães de bebês prematuros em longa permanência em uma UTI Neonatal. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três mães e os conteúdos verbalizados trabalhados de acordo com o método de análise de conteúdo. Os resultados obtidos evidenciaram que a experiência de sofrimento das três mães foi muito intensa, gerando alterações significativas na vida do casal e da família ampliada. Todas elas planejaram a chegada do primeiro filho, no entanto ao longo da gestação vivenciaram problemas que colocaram em risco a vida dos bebês, que acabaram por nascer prematuros. Embora se reconheça a importância do atendimento psicológico nas situações de crise, nenhuma das entrevistadas referiu ter tido um atendimento psicológico eficaz durante o período que os bebês estiveram na UTI. O acolhimento, suporte, amparo e a escuta que as mães tiveram durante o período de internação de seus bebês foi oferecido pela equipe de enfermagem e pelos médicos da UTI Neonatal. Certamente, o fato dos bebês terem sobrevivido e o apoio da família foram fundamentais na minimização do sofrimento destas mães.


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