Este artigo foi elaborado com a intenção de entender a influência da organização dos tempos e espaços durante a transição da Educação Infantil para os Anos Iniciais. Para isso, foi realizada uma pesquisa etnográfica através da observação de duas turmas, uma de Educação Infantil, com 15 alunos entre 4 e 5 anos, e uma de 1° Ano com 19 alunos entre 6 e 7 anos, em uma escola da cidade de Guaíba. Levando de encontro o embasamento teórico realizado no projeto de pesquisa aos dados coletados, destacaram-se três categorias que se mostraram influentes neste processo: a rotina dos educandos, que é alterada significativamente, saindo de uma aula totalmente lúdica, para outra mais engessada, cujo principal objetivo é começar a aprender; o papel do educador, que precisa mediar e usar os espaços disponíveis de forma adequada e proveitosa; e as diferenças encontradas na organização dos espaços, que causa estranhamento aos alunos que saem da Educação Infantil, acostumados ao coletivo, em uma sala de aula com mesas redondas, coloridas e brinquedos sempre à mão e chegam em outra tradicional, onde as classes são individuais e enfileiradas todas de frente para o quadro negro e os brinquedos estão todos guardados longe do alcance, liberados apenas em horários determinados pelo professor. Concluiu-se então, a importância do corpo docente em conscientizar-se de que a organização dos tempos e espaços faz toda a diferença na transição e na adaptação dos alunos.