Última alteração: 06-02-2018
Resumo
Considerando que adoção é um tema de grande abrangência, mencionado em várias oportunidades e espaços de discussão, e sendo este, abordado em diversos aspectos, ver-se à importância e necessidade oportuna de direcionar um estudo do tema que visa entender, a partir de uma vertente pouco mencionada, das representações sociais, como essas representações se apresentam na discussão do pensar a adoção, o que proporciona ao mesmo tempo uma nova e ampla concepção do tema (ABRIC, 1998; MOSCOVICI, 2003).Este estudo teve como objetivo levantar algumas questões a respeito das representações sociais em universitários sobre o tema adoção, buscando investigar e refletir sobre como se dá todo esse processo decorrente do ato de adotar. Na teoria das representações sociais o objeto pode ser interpretado de diversas formas, ela se constitui a partir dos conceitos de ancoragem e objetivação que formalizam as imagens sociais partilhados pelos membros de um mesmo grupo. Adotar significa proporcionar a criança tudo que ela precisa para sobreviver, além de muito amor e carinho. Não se trata de proporcionar a esta criança apenas o preenchimento das necessidades materiais, pois isto se configura apenas assistencialismo, adotar é muito mais que isso. É a entrega total por parte dos adotantes (NADER, 2010).O Estatuto da Criança e do Adolescente, onde está regulado o instituto da adoção, possui um caráter social e visa proteger e criança e ao Adolescente para assegurar-lhes os direitos fundamentais presentes na Constituição Federal, referentes à pessoa humana, à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade a e à convivência familiar e comunitária. Na adoção a pessoa adotada pode gozar do estado de filho, com os mesmos direitos do filho consanguíneo, pois através deste processo, o mesmo é inserido no ambiente familiar, a ele é dado um lar, amor, carinho, afetividade, independente do vínculo biológico.Para Ost (2017), a adoção trata-se também de um interesse público, cujo o objetivo é promover à criança uma infância melhor, proporcionando a mesma um lar e a assistência necessária para o seu crescimento e desenvolvimento. Objetiva também um desenvolvimento sadio, harmonioso, com amor, como se fosse filho de sangue daquela família e que a partir do momento da concretização do ato, passou realmente a ser sua família. Foi realizada uma pesquisa qualitativa em que participaram 6 universitários, sendo 2 homens e 4 mulheres, com idades entre 22 e 32 anos. O instrumento de coleta de dados utilizado foi entrevista semiestruturada composta por 7 perguntas abertas, a amostra foi selecionada de forma aleatória simples, analisadas de acordo com o método de análise de conteúdo de Bardin (2009). Os resultados mostraram que o ato de adotar ou não, é percebido como processo da ancoragem, quando os participantes expressam suas representações sociais, demonstrando medo em alguns aspectos da adoção principalmente por não terem conhecimento das origens biológicas. Através da pesquisa pode-se constatar que o assunto sobre adoção apesar de ser bastante abordado muitas pessoas ainda não tem conhecimento sobre o processo como um todo.