Última alteração: 07-03-2017
Resumo
O presente estudo visa refletir acerca da importância do psicodiagnóstico para uma correta compreensão e intervenção nas demandas apresentadas pelos pacientes. Para tal, buscou-se investigar quais são as principais queixas iniciais relatadas quando as crianças são trazidas para atendimento na Clínica Escola de Psicologia da ULBRA (CESAP), bem como quais os principais resultados levantados pelo psicodiagnóstico. O psicodiagnóstico consiste em um processo de investigação realizado com o paciente, por meio do qual se busca um maior conhecimento e compreensão acerca de seu funcionamento e de seus sintomas atuais. Para tal, são utilizados instrumentos, tais como testes psicométricos ou projetivos, hora do jogo diagnóstica, entrevistas, dentre outros. O psicodiagnóstico contribui para um adequado encaminhamento para o caso em questão, pois oferece importantes dados para subsidiar o mesmo. Cunha (2000) observa que avaliação psicológica se trata de um conceito constituído por amplos elementos, tem um propósito clínico e pode ser entendido como ação que tem como intuito identificar forças e fraquezas no funcionamento psicológico. Nas terapias breves, por exemplo, o psicodiagnóstico é valioso instrumento de definição de foco (BRAIER, 2000). O objetivo deste estudo é comparar as queixas iniciais trazidas pelos responsáveis, escola ou outros locais acerca das crianças e adolescentes (7 a 17 anos) atendidos na clínica escola no período de 2013 a 2015 com o resultado encontrado pelo psicodiagnóstico. Para tal, utiliza-se o levantamento dos dados dos pacientes que passaram por psicodiagnóstico no período citado e utiliza-se como metodologia a revisão bibliográfica. Percebe-se que a principal queixa inicial levantada é a agressividade (44%). De acordo com Fariz et. al. (2005) são diversos os fatores que podem desencadear a agressividade tais como: perda de um dos pais, conflitos familiares, o nascimento de um irmão, sentimento de solidão ou abandono, bullying, mudança de casa ou escola, etc. Percebeu-se que, dentre os resultados do psicodiagnóstico, o mais frequente foi dificuldades emocionais (52%). Sabe-se que estas dificuldades, frequentemente, estão relacionadas a dificuldades na dinâmica familiar. Marcelli (1998) traz que dificuldades emocionais podem ser desencadeadas devido à carência parental. Fichtner (1997) aponta que pais muito severos, ou muito permissivos e superprotetores podem contribuir para o surgimento de sentimentos de negligência e abandono por parte dos filhos, contribuindo para o desencadeamento de dificuldades emocionais. Os resultados evidenciam que o psicodiagnóstico é importante para uma correta intervenção, a qual, neste caso, indica a necessidade de ampliar o olhar para a família e não só para o paciente apontado como portador da queixa.