Considerando os altos índices da incidência da violência sexual infatil no país, muitas vezes dentro do próprio ambiente familiar, e o reconhecimento desta como relevante problema social, buscou-se através dessa pesquisa compreender as possíveis consequências na vida de crianças vítimas de abuso sexual. Assim estabeleceram-se os seguintes objetivos: conhecer as consequências cognitivas, comportamentais e emocionais do abuso na vida da criança; avaliar se existem elevados números de casos de abusos, identificar a predominância com relação ao sexo da criança abusada; investigar quem geralmente é o abusador e como os casos são descobertos. Como metodologia utiliza-se uma pesquisa qualitativa, constituída de entrevistas com  perguntas abertas, da qual participaram três profissionais, sendo duas conselheiras tutelares e uma psicóloga, ligadas a órgãos municipais, que prestam atendeimento a crianças vítimas de abuso sexul infantil, no interior do estado do Rio Grande do Sul. Os dados foram análisados qualitativamente, atráves da análise de conteúdo de Bardin (1977). Segundo a pesquisa, acontecem muitos abusos sexuais infantis, que são descobertos na maior parte das vezes por denúncias. A prevalência ainda continua com vítimas do sexo feminino, embora o número de vítimas do sexo masculino também seja grande. O abusador é citado como sendo sempre alguém proxímo a família que se aproveita da situação.  Considerando as entrevistas realizadas e o referêncial teórico levantado, pode-se concluir que as consequências geradas pelo abuso sexual infantil variam para cada indivíduo, porém afetam significativamente os aspectos físicos, emocionais, psicólogicos e comportamentais das crianças.