Última alteração: 07-10-2015
Resumo
Couro reconstituído é um produto fabricado a partir de fibras de couro descartadas nos curtumes, que são unidas através da prensagem com aglutinantes apropriados. Essa matéria-prima é utilizada por diversos tipos de empresas, dentre elas podemos citar, empresas calçadistas, que possuem um consumo mais relevante desse material, fábricas de móveis e ainda artesões. O resíduo gerado por essas atividades ainda não possui alternativa de reaproveitamento, sendo enviado aos aterros industrias. Esse procedimento de descarte é de alto custo e bastante burocrático, impactando consideravelmente a rotina de empresas de pequeno porte especialmente. Esses fatos justificam a busca por alternativas de reaproveitamento desse material, que apresenta alto potencial poluidor, pois vem sendo gerado em grande quantidade leva muitos de anos para se decompor. Nossa pesquisa teve o objetivo desenvolver um tijolo ecológico reaproveitando este material, eliminando seu envio aos aterros industriais. O objetivo foi a confecção de tijolos que utilizassem o farelo de aparas de couro reconstituído e pudessem ser utilizados futuramente na construção civil. Inicialmente o farelo foi aglutinado com uma resina de poliuretano vegetal fabricado a partir do óleo de mamona. Porém o aspecto final do tijolo não foi satisfatório. Por isso se buscou uma nova alternativa para aglutinar o farelo, a argila atendeu as exigências, permitindo que se formasse uma massa de fácil modelagem. Tijolos de argila com diferentes proporções, 5% e 10% (m/m), de farelo de aparas de couro reconstituído foram produzidos para análises de absorção de água, resistência a pressão mecânica e calor. O protótipo que apresentou melhor desempenho no teste de resistência a pressão mecânica foi o que continha 10% (m/m) de aparas de couro reconstituído, suportando 1,5 toneladas sem danos aparentes, enquanto o que apresentou melhor desempenho na análise de resistência ao calor foi o que continha 5% (m/m) de aparas de couro reconstituído, suportando 45 minutos a 400ºC sem apresentar qualquer mudança de aspecto. É possível concluir que serão necessárias novas análises, bem como a produção de novos protótipos, para se definir de fato a proporção ideal de aparas de couro reconstituído na massa base de produção do tijolo, porém é possível afirmar que trata-se de um produto viável de ser desenvolvido.