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PERCEPÇÃO DAS PUÉRPERAS DE PARTO NORMAL EM RELAÇÃO À EPISIOTOMIA
Cristiane Ferreira Lopse, Keila Soares Viana, Ana Carolina Albuquerque Mariano da Silva, Alcilene Guimarães Adão, Maria Cicera Freitas Andrade, Hosana Nolasco dos Santos Alves

Última alteração: 06-09-2018

Resumo


Palavras-chave: Episiotomia, Parto Humanizado e Saúde da Mulher.Introdução: A Episiotomia é definida como alargamento do períneo, realizado por incisão cirúrgica durante o período expulsivo, feito com lâmina de bisturi ou tesoura, necessitando de sutura para sua correção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS) com base em evidências científicas consideram a utilização restrita da episiotomia e definem seu uso rotineiro e liberal como uma prática visivelmente prejudicial à saúde da mulher, que deve ser desencorajada, sendo recomendado que não ultrapasse 10% a 15% dos casos. Além disso, o Decreto nº 94.406/87 diz que é proibido realizar quaisquer procedimentos sem prévia orientação dada à mulher e sem a obtenção de sua permissão, sendo exigido que o profissional utilize comunicação simples e eficiente para esclarecê-la e receber consentimento verbal da mesma. A omissão desta informação constitui desvalorização da opinião e consentimento da mulher, que é uma prática contrária ao que defende o modelo humanizado de atenção ao parto.Objetivo: Conhecer as percepções das puérperas submetidas à episiotomia em relação à sua prática. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo de abordagem qualitativa, desenvolvido   no Hospital Municipal de Ji-Paraná (RO), na clínica obstétrica. Participaram da pesquisa mulheres submetidas à episiotomia em partos anteriores, não levando e conta o local onde estas vivenciaram o procedimento e maiores de 18 anos. Utilizou-se para coleta de dados instrumento semiestruturado, aplicado no mês de setembro/2017, com a participação de 07 puérperas submetidas à episiotomia em partos anteriores. Os depoimentos foram gravados, transcritos na íntegra e analisados através de análise de conteúdo, por meio da seleção de trechos significativos e as categorias foram classificadas por eixos temáticos. A pesquisa obteve aprovação do Comitê de Ética do CEULJI/ULBRA sob o Parecer número:2.218.155. Resultados: Observou-se que a maioria das puérperas não recebeu nenhuma informação sobre a episiotomia e que não sabiam do seu direito de opinar se aceitam ou não o procedimento. Ficou claro ainda o desconhecimento do seu próprio corpo e de suas condições naturais de parturição, sem imaginar as consequências causadas pelo procedimento, compreendendo que o mesmo também serve para alívio da dor, possibilidade de diminuir o tempo de expulsão do feto e incapacidade de distensão do canal do parto. Conclusão: Faz-se necessário disponibilizar as informações necessárias para que a parturiente participe de forma ativa e consciente do cuidado a ela ofertado, pois, acredita-se que informações e esclarecimentos durante o Pré- Natal estimularão muitas mulheres a interferirem na decisão dos médicos com relação à episiotomia, o que provavelmente poderá levar a redução do procedimento. Além disso, é de suma importância a educação em saúde contínua e permanente nos profissionais de saúde, para que o mesmo sempre busque atender a paciente de forma humanizada e com qualidade, adotando de modo seletivo procedimentos invasivos como a episiotomia, e cada vez mais frequentemente práticas e métodos não farmacológicos para alívio da dor e facilitação do trabalho de parto.


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