Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Neoplasias mistas de vias biliares: relato de caso
Ana Paula Limberger, Juliane Lobato

Última alteração: 06-09-2016

Resumo


Introdução: A neoplasia de vesícula biliar é uma doença relativamente rara, apesar de ser o tumor mais frequente do trato biliar e o quinto mais frequente do trato gastrointestinal ¹.  Da mesma forma, o adenocarcinoma primário de duodeno é uma patologia igualmente incomum, tendo sido relatados menos de mil casos na literatura mundial². Objetivos: Apresentar o caso de um paciente com adenocarcinoma de fundo de vesícula biliar e papila duodenal, relatando as manifestações clínicas, propedêutica e terapêutica utilizadas nesse caso. Metodologia: Paciente R.R.N., feminino, 50 anos, negra, casada, natural de Canoas, do lar. Veio à consulta ambulatorial referindo dor forte abdominal em hipocôndrio direito há cerca de 3 meses, acompanhada de náuseas, vômitos, emagrecimento e alguns episódios de diarréia. Não associou alimentos com os episódios de dor. Relatou colúria e icterícia. Negou acolia, prurido ou episódios febris. Ao exame físico, foi constatado dor difusa à palpação, abdome depressível, sem sinais de irritação peritoneal, sinal de Murphy positivo e de Blumberg negativo. Mucosas levemente ictéricas. Foi realizada endoscopia digestiva alta (EDA) e constatou-se lesão na topografia da papila duodenal, de aproximadamente 5 cm, intensamente friável, cuja biópsia obteve como resultado adenocarcinoma pouco diferenciado. Na tomografia de abdome com contraste, foi identificado espessamento parietal irregular no fundo da vesícula biliar compatível com processo neoplásico primário. De posse do resultado dos exames complementares, submeteu-se a paciente à colecistectomia, e, devido a achados transoperatórios de massa periampular com invasão de grandes vasos e de lesão papilar, optou-se por anastomose bilio-digestiva colédoco-jejuno latero-lateral. Durante a realização do procedimento cirúrgico, identificou-se massa tumoral em fundo da vesícula biliar e uma grande massa na topografia da cabeça e processo uncinado do pâncreas, com retração do mesocólon e invasão de grandes vasos, sendo assim irressecável. Não foram identificados implantes no fígado. Resultados e conclusões finais: Ao exame anatomopatológico, a vesícula apresentou-se brancacenta, fosca, firme com espessura de 3cm, caracterizada por serosa congesta e alguns cálculos amarelos. Concluiu-se adenocarcinoma moderadamente diferenciado, ulcerado, com áreas de necrose no fundo. Margens cirúrgicas livres. À realização de EDA, o resultado da biópsia em topografia de papila também resultou em adenocarcinoma pouco diferenciado, concluindo-se assim a presença de dois tumores sincrônicos. Relatos sobre neoplasias mistas de vias biliares são pouco encontrados na literatura, tornando imprescindíveis novos estudos sobre tais patologias, para que possamos conhecer e entender os mecanismos e as peculiaridades de tais neoplasias.

Descritores

Vias biliares, adenocarcinoma, tumores sincrônicos.


Palavras-chave


vias biliares; adenocarcinoma; tumores sincrônicos

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