A resistência bacteriana tem atingido níveis alarmantes nos últimos anos devido ao uso indiscriminado de antibióticos pela população. A pesquisa por novos compostos com ação antimicrobiana destinados ao uso nas indústrias alimentícias e hospitalares tem se intensificado nos últimos anos. O tanino é uma substância encontrada nas sementes, nas madeiras, nas folhas e nas cascas de diversas árvores, pois resultam do metabolismo secundário vegetal ou metabolismo especial, importante nas relações entre a planta e seu ecossistema. Os taninos são divididos quanto à sua estrutura química em taninos condensados e taninos hidrolisáveis. Pesquisas mostram não foram observadas diferenças significativas entre as estruturas dos taninos frente sua ação bactericida e fungicida. Diversos estudos sobre atividade dos taninos evidenciaram importante ação antibacteriana, ação sobre protozoários, reparação de tecidos, regulação enzimática e proteica, entre outros. O extrato hidro-alcoólico de Eugenia uniflora L, composto por flavonoides e taninos, demonstrou atividade antimicrobiana frente aos micro-oganismos, Staphylococcuas aureus¸Salmonella cholerasuis e Pseudomonoas aeruginosa. Loguercio et al., 2005 observou o efeito inibitório sobre várias bactérias, inclusive superando antimicrobianos comerciais, no extrato hidro-alcoólico a 10 % (m/v)  de folhas de jambolão (Syzygium cumini (L.) Skeels). O efeito foi atribuído aos compostos fenólicos, principalmente os taninos. Atividades bactericidas e fungicidas ocorrem por três características gerais: complexação com íons metálicos; atividade antioxidante e habilidade de complexar com proteínas e polissacarídeos. Diante disso, este trabalho tem por objetivo avaliar a ação antimicrobiana de diferentes formulações de taninos de acácia negra frente ao micro-organismo Staphylococcus aureus. Além de classificar o produto como desinfetante ou sanitizante, de acordo com a sua eficácia, a fim de utilizá-lo na indústria alimentícia e hospitalar. Para isso utilizou-se o método de diluição em tubos conforme descrito pelo Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária de 1991/1992. Analisando os resultados dos experimentos realizados, foi possível observar o crescimento microbiano em todas as diluições feitas para todas as amostras testadas em todos os intervalos de tempo. Este fato pode ser explicado em função da grande capacidade que o tanino tem de complexar com proteínas e carboidratos presentes no meio de diluição (extrato de levedura), indisponibilizando o ativo na ação contra o micro-organismos testado. Com a adição de matéria orgânica, descrita na metodologia utilizada, as formulações utilizadas mostraram-se não eficazes como agente antimicrobiano ou inibidor contra o micro-organismo Staphylococcus aureus. Portanto torna-se necessário a realização de novos testes sem a adição de matéria orgânica no meio de diluição para comprovar a não eficácia das formulações de taninos.