Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ARQUITETURA E URBANISMO EM ALDEIAS INDÍGENAS: TRADIÇÃO E ATUALIDADE.
Efreu Brignol Quintana, Yasmin de Souza Dias, Tuani Duarte Scheffer, Marta Floriani Volkmer

Última alteração: 31-08-2016

Resumo


A presente pesquisa desenvolve-se no âmbito do Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da ULBRA campus Torres, insere-se na linha de pesquisa “Habitação Popular no Litoral Norte”, certificada pelo CNPQ através do grupo “Arquitetura e Urbanismo no Litoral Norte do Rio Grande do Sul”, e visa subsidiar com o aporte de conhecimento científico a elaboração de projetos arquitetônicos e urbanísticos adequados às comunidades indígenas da região do litoral norte do Rio Grande do Sul.  O estudo de caso realiza-se na aldeia Mbya-Guarani Nhu-Porá, localizada em Torres, RS. As culturas dos povos nativos são muitas e variadas em vários aspectos da vida cotidiana e da organização social, aí incluídos aspectos da arquitetura e das formas de organização espacial, existindo um vasto repertório de soluções regionais específicas no tocante ao manejo do território, disposição e características das edificações e espaços abertos, tal variedade é ocasionada, também, por fatores climáticos e pela disponibilidade dos materiais utilizados nas construções. Contemporaneamente, soma-se a ação de programas assistenciais, os quais em alguns casos contemplam a implantação de novas construções, muitas vezes sem que considerar as especificidades culturais e regionais. Este é o caso da aldeia na qual se realiza este estudo de caso. Os objetivos da pesquisa são: 1) inventariar as formas de organização espacial e as tipologias arquitetônicas das aldeias indígenas do litoral do Rio Grande do Sul; 2) comparar as formas de edificação e de organização espacial das aldeias tradicionais com as ocupações resultantes de assentamentos recentes; 3) verificar os níveis de satisfação da população quanto às condições espaciais e adequação das edificações às suas necessidades e expectativas. A metodologia da pesquisa envolve: 1) revisão da literatura acerca das tipologias arquitetônicas da tradição indígena do sul do Brasil; 2) etapa exploratória de reconhecimento e interlocução com as lideranças e demais membros da comunidade; 3) levantamento físico e desenho das edificações e espaços abertos – com o uso de técnicas de medição tradicionais em trabalhos de arquitetura e de softwares dedicados ao geoprocessamento das informações relativas ao território; 4) avaliação dos níveis de satisfação da comunidade com as habitações, demais edificações e espaços abertos – com a aplicação de questionários e entrevistas, métodos indicados, no campo da percepção ambiental, para obtenção de dados sobre o desempenho do ambiente construído a partir da experiência do usuário. As observações iniciais indicam altos níveis de insatisfação dos moradores com as habitações providas pelo poder público. Nesse sentido corroboram pesquisas que apontam para a preferência dos Guaranis pelas tipologias arquitetônicas tradicionais, pois essas se ligam à memória da etnia e favorecem a manutenção de hábitos fundamentais da cultura como o fogo de chão, a volta do qual acontece a transmissão oral do conhecimento tradicional.


Palavras-chave


arquitetura e urbanismo, arquitetura indígena, avaliação pós-ocupação, habitação popular, escritório modelo.

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