Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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O CINEMA DE RETOMADA ANGOLANO: AS “LUANDAS” DE ONDJAKI E KILUANGE LIBERDADE EM OXALÁ CRESÇAM PITANGAS
Renata Dariva Costa, Marçal de Menezes Paredes

Última alteração: 26-09-2016

Resumo


O presente trabalho tem como objetivo a análise do filme Oxalá Cresçam Pitangas dirigido por Ondjaki e Kiluange Liberdade de 2007. A película é uma produção angolana e portuguesa, e faz parte do cinema de retomada angolano iniciado em 2003. Após a morte de Jonas Savimbi, líder fundador da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), a última guerra civil angolana se encerra. Este conflito é caracterizado por Bittencourt (2002) como  pós-eleitoral (1992-2002) e marca as relações de divergências entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a UNITA. Estas divergências já ocorriam em períodos anteriores, como na fase da pré -independência (1961-1975) e, no pós independência (1975-1992). Porém, a fase pós eleitoral é marcada, em linhas gerais, pela esperança da abertura de um multipartidarismo que não ocorre e tenciona o surgimento de mais uma guerra civil. Um ano após o término da guerra é criado o  Instituto Angolano de Cinema, Audiovisual e Multimídia (IACAM). Com a criação do mesmo, novos diretores vão aparecendo no cenário angolano e novas narrativas sobre a angolanidade e suas memórias vão sendo mobilizadas. O conflito pós eleitoral também está presente nas leituras do cinema de retomada em Angola. Oxalá Cresçam Pitangas é dirigido por dois diretores, que buscam mostrar na cidade de Luanda suas diversas relações de identidades e alteridades. Com dez personagens que relatam sobre as suas vidas e seu cotidiano, o filme abre espaço para análise de relações de identidade/alteridade, assim como de projeções de memórias. Esta pesquisa faz parte do projeto “As Angolas de Savimbi: historicidade e nacionalismo nos discursos políticos da UNITA (1966-2002)”, sob orientação do professor Dr. Marçal de Menezes Paredes desenvolvida na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O cinema de retomada angolano, mesmo que contemporâneo a este período realiza a mobilização das diversas memórias presentes das diferentes guerras em Angola, em especial, a do período pós eleitoral. Para a análise da produção fílmica estamos nos apropriando de debates de autores como Marc Ferro e Pierre Sorlin.


Palavras-chave


Nacionalismo; Angolanidade; Cinema.

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