A centrifugação e separação dos componentes sanguíneos podem render diversos produtos, entre eles o plasma rico em plaquetas (PRP), que tem como principal finalidade acelerar os processos cicatriciais. O PRP é definido como um volume de fração do plasma do sangue autólogo com uma concentração de plaquetas acima do valor inicial, assim como fatores de coagulação, essencial na regeneração de tecidos ósseos e tecidos moles. Na área ortopédica o uso do PRP associado ao tratamento convencional tem sugerido perspectivas animadoras no tratamento de fraturas. Foi atendido no Hospital Veterinário da Ulbra um canino, fêmea, 7meses, com fratura de diáfise distal de rádio e ulna direita, após tentativa de tratamento com imobilização e, posteriormente procedimento cirúrgico com colocação de placa, se observou que o animal apresentava um retardo na cicatrização. Possivelmente devido ao seu temperamento muito agitado, que culminou com a quebra da placa, impossibilitando a correta imobilização do membro, foi quando optou-se por associar a terapia com PRP para a calcificação da fratura. A terapia constou de 3 aplicações de PRP com intervalos de 7 dias, onde o sangue era coletado do próprio animal, armazenado em tubos contendo citrato de sódio 3,2%, passando por dois ciclos de centrifugação, sendo o primeiro com 1500rpm por 10min, e o segundo a 2500rpm por 20min. Entre cada etapa foi pipetado apenas a parte acima do botão leucocitário, desprezando a parte vermelha e a parte pobre em plaquetas, com finalidade de concentração máxima de plaquetas em um volume menor. Após o preparo do material, foi realizada a aplicação intralesional, não sendo necessário a sedação da paciente. Durante todo o processo o animal permaneceu com imobilização externa, totalizando 4 semanas de tratamento. Ao final, foi realizado novo raio-x do membro que evidenciou aumento de densidade óssea no foco da fatura, assim como ulna praticamente calcificada, restando apenas a linha de fratura em rádio, já com proliferação óssea e calo fibroso. Após a realização deste trabalho podemos observar que a utilização desta técnica associada as demais auxiliam no reparo tecidual, diminuindo o tempo de tratamento. Por se tratar de uma técnica simples e barata, não havendo necessidade de grande estrutura para sua obtenção, preparo e aplicação, e apresentando resultados bastante satisfatórios, pode ser indicada para uso na rotina clínica. Porém os pacientes a qual a técnica é oferecida devem estar em condições mínimas para a realização, devendo sempre ser realizado hemograma prévio, observando o valor plaquetário contido no sangue total.