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FATORES GENÉTICOS ASSOCIADOS À FIBROMIALGIA: AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE DOADORES DE SANGUE PARA ESTUDO CASO-CONTROLE
Última alteração: 01-09-2016
Resumo
A Fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada principalmente pela dor crônica musculoesquelética difusa. Ocorre com mais frequência dos 30 aos 50 anos, sendo mais prevalente entre as mulheres. O mecanismo fisiopatológico envolvido na FM compreende a alteração do mecanismo excitatório e inibitório de controle da dor. Transtornos de ansiedade e depressão também são associados à condição. A comorbidade depressiva está presente em cerca de 30 a 80% dos pacientes com FM. Os fatores genéticos podem estar associados com a maneira como a dor é processada e transmitida, bem como com aspectos psicológicos envolvidos na percepção da dor. O presente estudo faz parte de um projeto de pesquisa que tem por objetivo avaliar a associação de variantes genéticas com a FM. O objetivo do trabalho atual é avaliar o perfil epidemiológico de doadores do Banco de Sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), os quais irão compor o grupo controle do projeto sobre variantes genéticas associadas à FM. A presença de FM, Artrite, Artrose ou Lúpus Eritematoso Sistêmico e o uso de medicamentos antidepressivos foram os critérios de exclusão estabelecidos para este grupo controle. As características clínicas e sociodemográficas dos participantes foram obtidas por meio de uma entrevista. Os doadores foram avaliados para ansiedade e depressão através dos seguintes instrumentos: Beck Depression Inventory (BDI), validado em português, e State-Trait Anxiety Inventory (STAI), versão adaptada em português (IDATE), ambos autoaplicáveis. O BDI, composto de 21 itens, contém um escore que varia de 0 a 63, sendo que um escore <10 significa ausência ou mínima sintomatologia depressiva. O IDATE é dividido em duas partes. O escore varia de 13 a 52 (Ansiedade – Estado) e de 12 a 36 (Ansiedade – Traço). A obtenção de altos escores denota altos níveis de ansiedade. Uma amostra de sangue de cada doador foi coletada em um tubo de 4 mL com EDTA. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HCPA e da Universidade Luterana do Brasil (n°1.570.266 e n°1.620.891). Todos os participantes incluídos no estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Até o momento, 16 mulheres foram incluídas no estudo com idade média de 33,2 ± 6,9 anos. O Índice de Massa Corporal (IMC) foi de 26,8 ± 4,8 Kg/m². Com relação à escolaridade, a maioria das participantes (n=15) tinha no mínimo oito anos de estudo. A média dos escores obtidos no BDI foi de 5,4 ± 6,0. Na avaliação da ansiedade a média dos escores obtidos foi de 30,2 ± 2,2 e 23,5 ± 3,1 para Ansiedade – Estado e Ansiedade – Traço, respectivamente. Estes resultados preliminares demonstram que os indivíduos incluídos neste estudo, até o momento, apresentam perfil adequado para fazer parte de um grupo controle para pacientes com FM. Será dado seguimento ao trabalho com a ampliação da amostra, realização de análises genéticas e comparação com o grupo de pacientes.
Palavras-chave
Fibromialgia; dor crônica; depressão; ansiedade; grupo controle.
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