Portal de Eventos da ULBRA., XXII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA QUALIDADE URBANA DA PAISAGEM DO PEDESTRE NO ENTORNO DO HOSPITAL TRAMANDAÍ
Bruna Silveira de Oliveira, Bianca Breyer Cardoso

Última alteração: 29-08-2016

Resumo


Este trabalho integra o projeto “Inserção Urbana de Estabelecimentos de Saúde no Litoral Norte do RS”, e toma o Hospital Tramandaí, situado no município gaúcho homônimo, para analisar a relação que equipamentos de saúde estabelecem com seu entorno, do ponto de vista da estrutura urbana e também das práticas cotidianas. A despeito da reconhecida importância como equipamento de atendimento ao público e da rigorosa normatização arquitetônica, está o fato de que o edifício hospitalar é, raramente, analisado do ponto de vista urbanístico. Motivo pelo qual as relações entre interior e exterior, sintetizadas pelo diálogo entre lote e rua, ou quarteirão e cidade, são praticamente inexploradas. Após confirmar, em sua primeira fase, que o Hospital Tramandaí se solidifica como importante polo gerador de centralidade ao nível da estrutura, visto de cima, por configurar um núcleo ao atrair outras atividades de saúde, objetiva-se aprofundar o entendimento de seu impacto ao nível do chão. Preliminarmente, supõe-se que tende a gerar transtornos pelo grande porte e pelas dificuldades de acessibilidade. A fim de confirmar tal hipótese, busca acurar as ferramentas de avaliação, objetivando analisar a qualidade da “paisagem do pedestre” em suas imediações, segundo critérios estabelecidos por Jan Gehl. Como método, através de levantamento fotográfico do entorno, aplica os 12 critérios subdivididos em proteção, conforto e bem-estar, classificando-os em bom, mediano e ruim, segundo escala utilizada em estudo análogo. A avaliação do quesito proteção, indica que a paisagem do pedestre no entorno do Hospital Tramandaí apresenta proteção mediana quanto ao tráfego e à violência, sobretudo pela falta de sinalização das travessias de pedestre e pela vulnerabilidade noturna devida à ausência de moradores. Já a proteção contra experiências sensoriais desagradáveis é ruim, pela exposição ao clima. Quanto ao conforto, oferece condições ruins de acessibilidade, principalmente pela irregularidade dos passeios, e repele a permanência em pé em suas adjacências. Ainda que ofereça oportunidades para sentar, ver e conversar, são afetadas pela má ergonomia do mobiliário, visuais pouco atrativas e ruído. Há boas oportunidades para brincar e praticar atividades físicas. Por fim, em relação ao bem-estar, a escala das edificações no entorno é adequada à escala humana, há oportunidades para aproveitar aspectos positivos do clima, porém faltam estímulos estéticos, pela ausência de mobiliário urbano criativo e inspirador, bem como pelas fachadas cegas do hospital, que se constituem como interface pouco amigável para o pedestre. Sendo assim, conclui-se que a qualidade da paisagem do pedestre no entorno do Hospital Tramandaí é mediana/ruim, confirmando as supostas dificuldades de acessibilidade, mas revelando, sobretudo, a falta de diálogo do edifício hospitalar com a rua e pouco acolhimento ao pedestre em suas adjacências, apesar da existência de áreas verdes em seu entorno.

Palavras-chave


Hospital. Inserção urbana. Paisagem do Pedestre. Arquitetura e Urbanismo.

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