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PRÁTICAS DE LEITURA DA LITERATURA INFANTOJUVENIL CONTEMPORÂNEA
Última alteração: 19-09-2016
Resumo
A pesquisa Práticas de leitura da literatura infantojuvenil contemporânea, em andamento na Ulbra, sob a coordenação de Angela da Rocha Rolla, investiga as formas de apropriação do texto literário infantojuvenil por autores, leitores e mediadores em diversos espaços e suportes, apoiando-se na concepção de práticas de leitura de Roger Chartier e Pierre Bourdieu. Além da investigação dos textos, em seus “protocolos de leitura” esta pesquisa acompanha o leitor em suas formas de “apropriação do texto”. Metodologicamente, texto e leitor estão sendo investigados, na tentativa de delinear práticas de leitura da literatura infantojuvenil contemporânea. Muitos estudos mostram que as “apropriações” do texto pelo leitor escapam completamente ao controle ou previsões significativas do texto, submetendo-o a desvios semânticos e imprevistos pragmáticos notáveis. Para conhecer estas apropriações, o caminho mais imediato que se oferece é o da confidência dos leitores a respeito dos seus modos de ler, dos sentidos que descobrem nos textos, dos espaços em que circulam, dos meios virtuais em que confiam, dos seus mediadores etc. As práticas de leitura investigadas nas etapas iniciais foram obtidas através de entrevistas com leitores adolescentes no espaço escolar e de análise de blogs e redes sociais de leitura. A coleta dos dados obtidos com o relato dos adolescentes, o perfil dos blogueiros e a estrutura das redes virtuais de leitura mostraram um universo rico, complexo e desconhecido das instâncias mediadoras. A investigação na internet privilegiou internautas jovens (entre 15 e 25 anos) e seus blogs. Os resultados parciais alcançados apontam para novos mediadores de leitura, com um perfil que os aproxima de seus pares – os adolescentes. Com um perfil caracterizado pela pesquisadora Lucia Santaella como leitor ubíquo, circulam com desenvoltura entre o espaço físico e o espaço virtual, aproximando-se do livro e da leitura com características próprias. Os novos mediadores dominam a mídia digital - blog, vlog, Twitter, Facebook, Instagram, Snapchat; partilham contatos através da blogosfera literária (Skoob e Spirit); são blogueiros e mantêm atividade em seus blogs com periodicidade; são visados pelas editoras, com potencial para promover seus livros; falam sobre literatura com desenvoltura, fazem resenhas, indicam leituras; postam vídeos e fazem leituras compartilhadas; apresentam-se em outras mídias; aventuram-se como escritores e publicam livros e e-books; formam grupos de convivência/compartilhamento no mundo real. Os novosmediadores com suas novas práticas estão abrindo espaços (qualificados ou não) com vida própria de usuários e receptores. Os resultados parciais desta investigação mostram que as considerações sobre mediação, livro, leitura e suas práticas são complexas e mutantes e escaparão ao olhar de educadores, pesquisadores e críticos se não fixarem seu olhar para as gerações de leitores contemporâneos.
Palavras-chave
mediação; mídia digital;literatura juvenil; práticas de leitura
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