Última alteração: 31-08-2016
Resumo
A cidade de Arvorezinha está localizada na região nordeste do Rio Grande do Sul, a 200 km da capital Porto Alegre. Apresenta um relevo acentuado com vales e montanhas com aproximadamente 750 metros de altitude. Neste município predomina o clima subtropical, e vegetação típica de Floresta Ombrófila Mista, com a presença de Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze e campos. Dados arqueológicos indicam a ocorrência de ocupação pré-colonial na região por populações de origem Macro-Jê, antepassados dos Kaingáng, a partir do século VIII, contudo, informações sobre a vegetação pretérita local são necessárias para reconstruir o cenário paleoambiental. O presente trabalho tem por objetivo analisar e descrever os grãos de pólen da vegetação atual do município de Arvorezinha que serão usados como subsídio para reconstrução da vegetação, estabelecendo uma relação entre pólen-planta. Foram realizadas coletas botânicas durante as saídas à campo e à partir do material herborizado foi coletado material polínico. As amostras foram processadas pela metodologia de acetólise e as lâminas montadas com gelatina glicerinada estão depositadas na Palinoteca do Laboratório de Palinologia da Ulbra. Foram medidos, em microscopia óptica com o aumento de 1000x, 25 grãos de pólen de cada espécie em vista equatorial e descritos quanto à forma, tamanho, âmbito, abertura e ornamentação, assim como, realizadas imagens da vista polar e equatorial. São apresentadas as morfologias polínicas de 9 espécies das famílias Asteraceae (Aspilia montevidensis, Baccharis articulata, Senecio brasiliensis, Trichocline catharinensis), Melastomataceae (Leandra sp.), Rubiaceae (Borreria palustris) e Solanaceae (Capsicum baccatum, Solanum guaraniticum, Solanum pseudocapsicum). Constatou-se predominância de grãos de pólen com tamanho médio (Aspilia montevidensis, Baccharis articulata, Borreria palustris, Senecio brasiliensis e Solanum guaraniticum), âmbito subtriangular (Aspilia montevidensis, Baccharis articulata, Capsicum baccatum, Senecio brasiliensis, Solanum guaraniticum, Solanum pseudocapsicum e Trichocline catharinensis), abertura tricolporada (exceto a espécie Borreria palustris que apresentou abertura 11-colporada) e ornamentação equinada (Aspilia montevidensis, Baccharis articulata e Senecio brasiliensis). Dentre as descrições apresentadas, 3 são inéditas para o Rio Grande do Sul (Borreria palustris, Leandra sp. e Solanum guaraniticum). A continuidade das investigações ampliará o conhecimento sobre morfologias polínicas e as dinâmicas das formações florestais ainda desconhecidas para a região de Arvorezinha e para o Rio Grande do Sul.