Última alteração: 08-10-2015
Resumo
As variações climáticas ocorridas no Bioma Pampa provocaram alterações pouco marcantes na composição florística de sua cobertura, onde estudos confirmam a constância de vegetação de porte herbáceo, ao menos nos últimos 22 mil anos, com predominância das famílias Poaceae (R.Br.) Barnh., Cyperaceae Juss. e Asteraceae Martinov. Estas 3 famílias cujo pólen predomina nos testemunhos do período Quaternário, são de grande complexidade por serem compostas por um elevado número de espécies e apresentarem pequena variação na morfologia polínica, dificultando sua identificação em níveis taxonômicos mais altos. Com o objetivo de refinar a identificação dos diferentes ambientes campestres com base nas análises palinológicas, foram realizadas as descrições polínicas de sete espécies da família Asteraceae, cujos espécimes foram relacionados aos ambientes em que vegetam. As anteras em pré-antese foram coletadas de exsicatas depositadas no Herbário da ULBRA - HERULBRA, que posteriormente foram processadas pela metodologia usual proposta para palinologia atual. Foram confeccionadas cinco lâminas de cada espécie que encontram-se depositadas na Palinoteca do Laboratório de Palinologia da ULBRA. As espécies Baccharis vulneraria Baker, Senecio conyzoides DC. e S. ceratophylloides Griseb., caracteristicas de campo sujo, apresentaram grãos de pólen mônades, de tamanho pequeno a médio, isopolar, radiossimétricos, com formato variando entre esferidal e prolato-esferoidal. As espécies Gamochaeta coarctata (Willd.) Kerguélen, Calea uniflora Less., Sonchus oleaceus (L.) L. e Viguiera immarginata (DC.) Herter que vegetam no campo limpo, apresentaram grãos de pólen mônades, de tamanho pequeno a médio, isopolar, radiossimétricos, com formato variando entre esferoidal e prolato. Também foram observadas diferenças nas ornamentações (tamanho e número de espinhos em vista polar). Os dados deste trabalho irão contribuir para um maior refinamento dos tipos de campo encontrados no Estado, tanto nos estudos atuais (amostras de superfície) quanto nos estudos de reconstituição paleovegetacional. FAPERGS (processo 12/2171-6)