Última alteração: 19-10-2015
Resumo
O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia resultante de defeitos na secreção ou na ação da insulina. Esta hiperglicemia crônica está associada à disfunção e à falência, a longo prazo, de vários órgãos, afetando principalmente os olhos, os rins e o coração. A retinopatia diabética (RD) é uma complicação crônica do DM, caracterizada por alterações progressivas na microvasculatura da retina que, em seus estágios mais graves, pode causar a perda irreverssível da visão. A nefropatia diabética (ND) é uma síndrome identificada pela presença de quantidades patológicas e excreção de albumina urinária, dano e perda da taxa de filtração glomerular. Ela acomete cerca de 40% dos pacientes com DM2 e é a principal causa de insuficiência renal terminal.Os microRNAs são pequenos RNAs endógenos, não codificadores que regulam a expressão gênica a nível pós transcricional pela degradação ou inibição de seus genes-alvo. Diversos estudos recentes têm demonstrado o papel destes microRNAs na fisiopatologia do DM, nefropatia diabética e doenças cardiovasculares. Neste estudo, avaliamos a possível associação do polimorfismo rs2910164 C>G no gene do MiR-146 com a retinopatia e nefropatia diabéticas em pacientes ambulatoriais com diabetes mellitus tipo 2. As análises genéticas foram realizadas por meio da técnica de PCR seguida da digestão com enzima de restrição. Os produtos da digestão foram submetidos à eletroforese em gel de agarose a 3% e corados com brometo de etídeo, para visualização direta dos fragmentos de restrição e identificação dos genótipos.As frequências gênicas e genotípicas foram comparadas entre os casos e controles por meio do teste de qui-quadrado ou do teste exato de Fisher no pacote SPSS ou no WinPEPI. As frequências genotípicas obtidas para o polimorfismo entre os casos com RD e controles não foi estatisticamente significativa (GG= 56,1%; GC= 31,6%; CC= 15,3 e GG= 63%; GC= 33,3%; CC= 3,7%, respectivamente, p= 0,454) A freqüência do alelo C entre os grupos também não diferiu significativamente (C= 0,28 e C= 0,20, respectivamente, p= 0,380). Entre os casos com ND e controles, as freqüências genotípicas (GG= 64,5%; GC= 22,6%; CC=15,3% e GG= 53,1%; GC= 34,4%; CC= 12,5%, respectivamente, p= 0,585) também não apresentaram diferença estatisticamente significante, assim como a freqüência do alelo C (C= 0,24 e C= 0,30, respectivamente, p= 0,642). Os resultados preliminares não indicam a associação do polimorfismo de estudo com a retinopatia ou nefropatia diabéticas.