Última alteração: 04-10-2015
Resumo
O pré-natal é muito importante na redução da morbimortalidade materna e infantil, sendo fundamental em termos de prevenção e detecção precoce de patologias. Para isso é importante que a gestante inicie o pré-natal precocemente. Este estudo teve por objetivo avaliar o serviço de pré-natal realizado nas unidades básicas de Canoas sob o olhar das gestantes. Trata-se de um estudo descritivo exploratório com abordagem quantitativa. A amostra foi composta por 247 gestantes da Rede Básica de Saúde do município de Canoas de outubro de 2013 a abril de 2014. A coleta de dados foi realizada através de questionário e a análise através do software Statistical Package For The Social Science (SPSS) versão 11.5. Os resultados demonstraram que 71,3% iniciaram seu pré-natal no 1º trimestre; 20,6% haviam feito duas consultas de pré-natal; 56,3% responderam que não planejaram a gestação; 34,8% possuíam Ensino Fundamental Incompleto; 81,4% relataram que sua consulta era feita apenas pelo médico; 66,4% não encontraram dificuldade para agendar a consulta; 55,1 % relataram que sua próxima consulta já fica agendada; 83,8% acham boa, confortável as instalações na UBS; 83,8% das gestantes não tiveram nenhuma consulta com o dentista; 73,7% relataram que gostariam de ter um parto vaginal; 92,3% das gestantes não participaram de nenhum grupo de gestante durante a gestação. Diante dos resultados encontrados neste estudo, concluímos que o pré-natal realizado na rede básica de Canoas/RS foi avaliado positivamente pelas gestantes. No entanto, apesar da maioria iniciar precocemente o pré-natal conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde, o número de consultas realizadas está aquém do desejado e preconizado. Este fato pode nos levar a inferir que este número de consultas inadequado para a idade gestacional, se deve ao não planejamento da gestação e a baixa escolaridade das gestantes, o que tem forte associação com a falta de adesão aos cuidados de pré-natal. O estudo também demonstrou a grande prevalência de consultas pré-natais realizadas apenas com o médico, o que foge do preconizado pelo ministério, que diz que as consultas devem ser intercaladas entre médico e enfermeiro. Outro ponto a destacar no estudo foi o grande número de gestantes que não realizou nenhuma consulta odontológica durante a gestação, dificultando uma assistência de pré-natal completa e integral. Espera-se que após o estudo, implante-se um fluxo na chegada da gestante a sua primeira consulta de pré-natal, onde ela já seja encaminhada ao profissional de saúde bucal para agendar sua consulta odontológica, fazendo assim com que todas as gestantes tenham o acesso facilitado à consulta odontológica. Outro ponto negativo encontrado no estudo foi o grande número de gestantes que não participou de nenhuma atividade educativa durante a gestação, sendo esta fundamental para orientar as mulheres em relação às mudanças fisiológicas da gestação, bem como prepará-las para o processo do nascimento, pós-parto e cuidados com o bebê. Além disso, o estudo propõe reflexões sobre as lacunas do pré-natal de Canoas e que os profissionais e gestores possam trabalhar juntos na busca da melhoria da qualidade da assistência.