Refletir as ações desenvolvidas como residente de segundo ano de Fonoaudiologia do programa de pós-graduação com ênfase em Saúde Comunitária da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) no campo da Gestão de Saúde do município de Canoas/RS. A motivação para este relato de experiência se deu a partir da minha inserção nas atividades de rotina de setores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para uma melhor compreensão de seus projetos e fluxos. Aspectos como período de permanência e funcionário de referência no serviço foram definidos previamente com cada setor e ao residente cabia a parte de tornar-se membro da equipe contribuindo com ideias e críticas convenientes. Primeiramente acompanhei as atividades de quatro políticas de saúde do DPAS cujas coordenadorias estão instaladas na SMS. Foram estas: Saúde da Criança, Saúde da Mulher, Programa Saúde na Escola e Saúde Prisional. Neste período me inteirei sobre os comitês de investigação das notificações de sífilis, notificações de violência infantil e contra a mulher, e notificações sobre mortalidade infantil e fetal; reuniões gerais de departamento; reuniões com serviços especializados do município e gerenciais com representantes do Hospital Universitário Mãe de Deus (HU); além de assistir as reuniões e Conferência do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMDICA). Junto ao Programa Saúde na Escola observei o desenvolvimento das atividades do “Programa Olhar Brasil”. Na Saúde Prisional tive a oportunidade de conhecer o trabalho de saúde realizado com a população penitenciária do município. Conheci as dependências do novo presídio de Canoas e posteriormente visitamos as dependências do Instituto Penal de Canoas (IPC), onde as penas são cumpridas em regime semiaberto. Tive, também a oportunidade de conhecer as atividades da equipe do Consultório na Rua; foi um período curto de vivências, mas nestes dias tive contato com uma população que antes eu nem imaginava como era cuidada pelos serviços de saúde. Esta experiência me transportou para um mundo onde há mais humanidade e respeito ao próximo. No DPASM optei por observar e participar das rotinas voltadas à gestão dos CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) do município. Por fim, representando a DVS acompanhei as rotinas do SAE (Serviço de Atenção Especializada)/CTA (Centro de Testagem e Aconselhamento). Nele, além das testagens e notificações a equipe também efetua ações de orientação e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis. Assim como nos outros espaços, também me foi oportunizada a colaboração durante os atendimentos sempre que surgiam dúvidas sobre questões fonoaudiológicas principalmente relacionadas aos agravos da sífilis em casos de adesão inadequada ao tratamento. Partindo de todas estas experiências pode-se constatar que a Residência Multiprofissional propicia uma visão integral do cuidado em saúde e o Fonoaudiólogo pode estar inserido em qualquer um destes espaços,  uma vez que seus conhecimentos são capazes de contribuir para uma melhor assistência aos usuários do sistema público de saúde.