O choro excessivo, especialmente em bebês entre 3 e 5 meses de idade, tornou-se uma queixa frequente a motivar pais a procurarem atendimento em serviços de saúde. Este estudo transversal objetivou verificar a prevalência e os fatores associados ao choro excessivo em lactentes até 4 meses, nascidos no ano de 2009 de 424 mães adolescentes de 14 a 16 anos em Porto Alegre, RS. A percepção materna de choro do bebê foi pontuada conforme uma escala Likert em muito, mais ou menos e pouco. As variáveis potencialmente associadas ao choro excessivo contemplaram aspectos sociodemográficos, relativos à gestação, parto, relacionamentos familiares, ao contexto emocional das adolescentes e relacionados aos cuidados com os bebês. As razões de prevalência (RP) foram obtidas por regressão de Poisson mediante análise hierarquizada. A prevalência de choro excessivo, segundo a percepção das mães adolescentes foi de 17,4%. Estiveram associadas ao choro excessivo: cor da pele materna (RP=1,69; IC95%: 1,09-2,62), classe social (RP=2,07; IC95%: 1,27-3,39). Os lactentes  de adolescentes brancas cujas mães referiram maior dificuldade em cuidá-los e pertencentes à classe social menos privilegiada apresentaram maior prevalência de choro excessivo.