Última alteração: 17-10-2014
Resumo
O Grupo Só Riso atua no Hospital Universitário Ulbra – Mãe de Deus, em Canoas/RS, desde 2010. O grande mecanismo de transformação é dar às pessoas a oportunidade de ajudar aos outros, fazer do encontro um momento de diversão e cumplicidade. É inerente a isto que o “palhaço” precisa ser um contexto, não uma terapia, pois a estratégia do amor e do riso é sempre necessária, e a amabilidade e a celebração à vida são fortes artilharias para a estratégia do amor. (1) O processo de aceitação/adaptação do sujeito aos procedimentos terapêuticos é fortemente influenciado pelo riso nos hospitais, que se solidifica como um alimento para a vida, para a alma.(2) Desse modo, a busca em entusiasmar pacientes, principalmente crianças, com doses de alegria e amor, transforma o ambiente hospitalar em um local mais leve e humanizado. O Grupo Só Riso tem como finalidade a interação com as crianças internadas, minimizando o estado emocional a que são submetidas, por meio de atividades lúdicas. A intenção não é distrair a criança da realidade que ela está vivenciando, mas levar aos pacientes a possibilidade de receber doses de alegria, motivação e informação, visando a mudança favorável no seu cotidiano, auxiliando no processo terapêutico. A intervenção do humor aumenta o impacto positivo com mudanças fisiológicas positivas antecipadas.(3)MÉTODO: O programa é rotineiro. Os 35 integrantes são divididos em cinco grupos e atuam cinco dias da semana, de segunda a sexta-feira, em média duas horas por dia. Todas as crianças internadas, que permitem a presença dos “besteirologistas” são visitadas. Só no ano de 2013, cerca de 2.000 crianças foram atendidas. Os familiares e os profissionais de saúde também participam das brincadeiras. É fundamental a interação para que a finalidade seja alcançada. É amplamente aceitável que o estado emocional do paciente pode ser afetado pelo curso de uma doença.(4) Através deste trabalho, o Grupo Só Riso proporciona momentos significativos para o bem-estar das crianças internadas, sendo uma ferramenta importante no processo terapêutico. Empreendendo humanização na assistência à saúde por intermédio da alegria e tendo como referência o lado saudável das crianças, colabora-se para a transformação do ambiente em que se inserem. O humor pode ser útil para aliviar a dor e como tentativa de normalizar uma situação difícil.(5) Dessa forma, o palhaço surge como uma estratégia, para o processo de humanização da saúde, que ameniza a condição dada pelas experiências confrontantes, como a dor, a doença e a morte.(2) Assim, atuando na área do riso, procura-se semear doses de alegria que nos convidam a cultivar a saúde ampla em nossas relações com a vida e com os outros.