Última alteração: 17-10-2014
Resumo
O impacto da fertilidade dos touros em um rebanho é uma característica complexa e economicamente importante conhecido por ser controlada por fatores genéticos bem como ambientais. Na avaliação da aptidão reprodutiva dos touros um dos parâmetros de relevância é a mensuração do perímetro escrotal (PE) como uma importante ferramenta para avaliar a fertilidade; no entanto, não é um diagnóstico específico que possa prever com precisão a fertilidade dos machos. A predição do potencial reprodutivo dos machos está relacionada a fatores clínicos gerais, genitais, de comportamento e produção espermática, determinadas convencionalmente pela viabilidade e morfologia dos espermatozoides. Fatores genéticos relacionados à fertilidade possuem uma baixa herdabilidade e, neste caso, o tempo e a pressão de seleção são fatores fundamentais para fixar os genes desejáveis na população. As características seminais em touros são afetadas por diversos fatores, entre eles idade, nutrição, manejo, época do ano, adaptabilidade climática e volume testicular. Estes fatores estão relacionados diretamente ao perfil hormonal destes indivíduos, assim como na produção e nos receptores hormonais. A identificação de genes responsáveis por estas características fenotípicas tem sido estudada a partir da determinação do genoma bovino. O uso de marcadores moleculares com o objetivo de identificar genes preditores de doenças e identificar genes que favorecem os fenótipos desejáveis com a fertilidade de rebanhos tem sido estudado. O objetivo do trabalho foi executar a segunda fase da Seleção Assistida por Marcadores, ou seja, a validação dos marcadores moleculares para alguns parâmetros de avaliação de fertilidade em touros, já identificados e associados a fatores de fertilidade em vacas. Para o estudo foram utilizados 188 touros, sendo 87 da raça Braford e 101 da Hereford. Todos os touros foram examinados quanto ao seu PE aos 12 meses de idade e repetida à avaliação aos 24 meses. Os animais foram mantidos a campo até o desmame aos 7 meses e, até os 24 meses de idade, em pastagens de inverno e verão com sal mineral comercial “ad libitum” para fins reprodutivos. No desmame os animais foram devidamente identificados com brinco e tatuagens individuais e retirado sangue da veia coccígea, o qual foi enviado para o laboratório de biotecnologia do HV-ULBRA. O DNA foi extraído conforme a técnica descrita por Miller (1988). Cinco microssatélites ou STRS foram analisados (HEL5, AFZ-1:associado ao gene receptor do IGF-1); ILST002, BMS3004: associado ao gene do LH e o IDVGA51 associado ao gene da leptina. Dois SNP’s LHR e FHSR também foram analisados. Como resultados, não foram observadas diferenças estatísticas dentro de cada raça, independentemente da idade ou mesmo na presença de algum alelo específico em cada marcador estudado para o ítem PE. Os marcadores estudados nesta população não serviram como parâmetro para a predição do perímetro escrotal na seleção desta característica fenotípica.