Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
AVALIAÇÃO DO RISCO OCUPACIONAL EM FUMICULTORES, EXPOSTOS A AGROQUÍMICOS, ATRAVÉS DO TESTE DE MICRONÚCLEO EM MUCOSA ORAL
Gabrieli Flesch da Silva, Juliana Moysés Reyes, Rúbia Trespach, Jodel Alves, Juliana da Silva

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


O Brasil é um dos países que mais se destaca na produção e plantio de fumo, sendo o Rio Grande do Sul o Estado com maior participação na produtividade. A fumicultura exerce grande importância na atividade econômica e social do país, gerando inúmeros empregos, contudo esta atividade exige grande manipulação da planta do tabaco. A atividade fumageira expõe diretamente os fumicultores ao contato com compostos orgânicos e inorgânicos, incluindo agrotóxicos e nicotina presentes nas folhas da Nicotiana tabacum. Com o objetivo de detectar danos ao DNA pela exposição dos fumicultores durante o período de colheita das folhas de fumo foi realizado um biomonitoramento com estes agricultores em Santa Cruz do Sul – RS. Utilizou-se o teste de Micronúcleos em Mucosa Oral dos indivíduos, sendo 27 fumicultores (período de colheita) e 19 indivíduos controle (não expostos a agentes mutagênicos). O teste de micronúcleos em mucosa oral dos trabalhadores avalia danos ao DNA (micronúcleos e brotos nucleares), defeitos de citocinese (células binucleadas) e morte celular (células com cromatina condensada, cariorréticas, cariolíticas e picnóticas). Para cada indivíduo foram analisadas 2000 células bucais. Ao avaliarmos os resultados obtidos dos dois grupos percebemos que o grupo dos fumicultores apresentou um aumento significativo nos marcadores de defeito na citocinese (células binucleadas) e de morte celular (células com cromatina condensada, cariorréticas e picnóticas) quando comparado ao grupo controle (P<0,001; Teste Mann-Whitney). Quanto às células binucleadas, no grupo dos fumicultores obtivemos uma média de 12,26±6,04; enquanto que no grupo controle uma média de 3,44±2,14 foi observada. Com a obtenção desses dados, até o momento, é possível concluir que a prática de colheita das folhas de fumo ocasiona um aumento na instabilidade genética (defeito na citocinese) e na morte celular. O cultivo do fumo exige grande manipulação da planta e consequentemente exposição a uma complexa mistura de compostos que incluem: diferentes agroquímicos utilizados no plantio, nicotina presente nas folhas úmidas de tabaco durante a colheita e nitrosaminas provenientes do tabaco curado durante a secagem e o surtimento das folhas. Sendo assim, e com nossos resultados observados, percebe-se a necessidade de uma maior atenção às práticas realizadas por esses indivíduos durante este tipo de cultivo e da necessidade do uso de equipamentos de proteção adequado.


Texto completo: Pôster