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ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO rs1800566 DO GENE NAD(P)H QUINONA OXIDAREDUTASE 1 (NQO1) E O RISCO DE CÂNCER CERVICAL
Última alteração: 17-10-2014
Resumo
O papilomavírus humano (HPV) é considerado o principal fator de risco para o câncer do colo do útero e suas lesões precursoras. Trata-se de um vírus sexualmente transmissível que atinge homens e mulheres. O HPV é um vírus composto por DNA dupla fita, pertencente à família Papilomaviridae e possui mais de 100 tipos descritos, alguns sendo considerados de alto risco por estarem associados com o câncer cervical. Entretanto, a infecção pelo HPV por si só não é o suficiente para a ocorrência do câncer de colo do útero. Outros fatores relacionados ao comportamento da mulher (múltiplos parceiros, sexarca precoce, multiparidade e tabagismo) parecem influenciar a persistência da infecção, e, com isso, o desenvolvimento de lesões cervicais. Fatores genéticos do hospedeiro também têm sido associados com a resolução do HPV e o risco de câncer cervical. Polimorfismos no gene NAD(P)H quinona oxidaredutase 1 (NQO1) são associados com a suscetibilidade a vários tipos de câncer, incluindo o câncer cervical. A proteína NQO1 possui um papel importante na proteção contra o stress oxidativo, é antioxidante e um citoprotetor versátil. Além disso, o tipo selvagem desta proteína (genótipo CC) age como estabilizadora da proteína supressora de tumor p53, que tem sua degradação acelerada pela proteína E6 do HPV. Um SNP no éxon 6 do gene (rs1800566) consiste em uma mudança de C para T resultando na substituição de prolina por serina na posição 187. O genótipo TT dá origem a uma enzima inativa, assim, indivíduos infectados pelo HPV de alto risco podem ser mais propensos à degradação da p53 e conferir um maior risco de desenvolvimento de câncer cervical. O objetivo do presente trabalho é investigar a associação do polimorfismo rs1800566 do gene NQO1 com o desenvolvimento do câncer de colo do útero. Serão estudados dois grupos de mulheres (casos e controles). No grupo de casos serão estudadas mulheres em tratamento para câncer de colo de útero no Centro de Alta Complexidade em Oncologia de Ijuí-RS e no grupo de controles serão analisadas mulheres sem câncer de colo de útero atendidas em um programa de rastreamento de câncer cervical, da cidade de Cruz Alta-RS. As amostras cervicais coletadas são utilizadas para exame citopatológico e exame molecular do genoma viral (identificação e genotipagem do HPV) e humano (identificação do polimorfismo do gene NQO1). O DNA foi extraído e está sendo amplificado através da reação em cadeia da polimerase (PCR), seguida de clivagem com enzima de restrição e visualizado através de eletroforese em gel de poliacrilamida corado com nitrato de prata. Até o momento, foram genotipadas 63 mulheres com câncer de colo do útero (grupo de casos). Nesta amostra, 35 mulheres (56%) apresentam o genótipo CC, 24 (38%) apresentam o genótipo CT e 4 (6%) apresentam o genótipo TT. O estudo de associação genética e a análise das características clínicas serão realizados após o encerramento das genotipagens nos dois grupos amostrais.