Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ESTUDO DA AÇÃO GENOTÓXICA DA HECOGENINA EM CÉLULAS SOMÁTICAS DE Drosophila melanogaster
Raíne Fogliati De Carli, Tanisa Brito Lanzarini, Aline Flor Silva, Mauricio Lehmann, Rafael Rodrigues Dihl

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


As plantas são uma das principais fontes para a obtenção de moléculas bioativas, devido à sua diversidade química. A hecogenina está presente nas folhas de espécies do gênero Agave, incluindo Agave sisalana, Agave cantala e Agave aurea, apresentando um amplo espectro de atividades farmacológicas já estudadas, como é o caso de sua ação antifúngica e hipotensiva. Apesar dos efeitos farmacológicos benéficos, são raros os estudos que avaliaram o potencial genotóxico de sapogeninas esteroidais, principalmente da hecogenina. Neste sentido, considerando a escassez de informações relacionadas à ação biológica in vivo desse composto, somada a ausência de dados referentes à sua atividade recombinogênica, o presente estudo utilizou o Teste para Detecção de Mutação e Recombinação Somática (SMART) em Drosophila melanogaster para avaliar a ação mutagênica e recombinogênica da hecogenina em quatro concentrações – 3,75; 7,5; 15 e 30 mM. O SMART fornece uma rápida avaliação do potencial de um agente físico, químico ou biológico induzir a perda da heterozigosidade, relacionada à indução de mutação gênica e/ou cromossômica e recombinação homóloga somática. Esse ensaio faz uso de dois marcadores recessivos, pelos múltiplos (mwh 3-0.3) e flare (flr3, 3-38.8), utilizando o cruzamento padrão que apresenta níveis basais de enzimas de metabolização do tipo citocromo P450 e o cruzamento aprimorado, que apresenta níveis aumentados de enzimas desse complexo. A solução de hecogenina foi preparada utilizando Tween-80 5%, que também foi usado como controle negativo. Como controle positivo foi utilizado uretano 20 mM para os dois cruzamentos. Os resultados observados, por meio da análise de 50 indivíduos, indicam ausência de atividade genotóxica do composto investigado, visto que não houve diferença estatisticamente significativa na indução de clones mutantes das diferentes classes de manchas em relação ao controle negativo. De fato, nenhuma das concentrações de hecogenina induziu aumentos significativos nas frequências totais de manchas, tanto no cruzamento padrão como no cruzamento aprimorado, indicando ausência de atividade mutagênica e/ou recombinogênica. Tendo em vista o amplo espectro de aplicações farmacológicas e terapêuticas da hecogenina, as próximas investigações devem ser focadas na avaliação do potencial antigenotóxico desta substância.