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Este estudo foi desenvolvido no subprojeto “Trabalhos Interdisciplinares”, inserido no projeto de pesquisa “Tendências no Ensino” e vinculado ao Mestrado Profissional em Ensino de Ciências Exatas e Mestrado em Ensino do Centro Universitário Univates. As atividades aconteceram em parceria com uma escola estadual do Vale do Taquari, RS, que têm implementado o Ensino Médio Politécnico, política pública instaurada no Rio Grande do Sul a partir do ano de 2012. Esta proposta sugere que o currículo seja concebido como o conjunto das relações desafiadoras das capacidades e ressalta a necessidade de um ensino contextualizado de base interdisciplinar, que vise superar a fragmentação dos saberes. Diante do exposto, este estudo tem como objetivo analisar e compreender as concepções dos educadores da escola em questão sobre a interdisciplinaridade neste contexto. Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa, para a coleta dos dados foi utilizada entrevista semiestruturada com cinco professores do 2º ano da disciplina de “Seminário Integrado” e três coordenadores pedagógicos da escola, lócus da pesquisa. As entrevistas foram gravadas e transcritas e as informações foram submetidas à análise textual discursiva. A fase inicial da análise consistiu na construção de categorias buscando identificar unidades de significado daquilo que se mostrou representativo nas falas, posteriormente, elaborou-se um metatexto visando unir as categorias e, a partir deste, procurou-se construir novas compreensões sobre os fenômenos e discursos observados especialmente no que se referia à interdisciplinaridade. Nas entrevistas os professores mencionaram como dificuldades em se trabalhar com o Seminário Integrado, questões relacionadas à avaliação dos alunos por conceitos, o baixo comprometimento destes com os projetos e a baixa carga horária para a quantidade de trabalho exigida na escola. Os pontos positivos evidenciados foram a oportunidade que os alunos têm de ingressar no Ensino Superior mais preparados e direcionados à pesquisa, o despertar de novos interesses e as possibilidades de aprendizagem que os projetos proporcionam. A análise das falas evidenciam dificuldades na compreensão do termo interdisciplinaridade, e a consequente falta de consenso sobre este. Além disso, os discursos dos entrevistados demonstram os desafios em romper práticas disciplinares devido à formação dos professores ainda ser muito voltada à sua área de especialidade, o que pode ressaltar a manutenção das tendências à fragmentação do conhecimento. Os resultados permitem inferir que para tornar possível a organização de um currículo escolar a partir do referencial interdisciplinar, é necessário que haja mudanças nesta esfera historicamente marcada pela cisão dos saberes e pelos especialismos. Ainda, percebe-se a importância de modificações no que concerne à formação dos educandos, para que estas práticas sejam transformadas e transformadoras.