Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ANATOMIA COMPARADA DOS MEMBROS E CINTURAS ENTRE OS ROEDORES SEMIAQUÁTICOS Holochilus brasiliensis E Nectomys squamipes (CRICETIDAE, SIGMODONTINAE)
Andressa Manica Gandini, Izidoro Sarmento do Amaral, Eduardo de Lima Coelho, Alexandre Uarth Christoff

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


Holochilus brasiliensis (Desmarest, 1819) e Nectomys squamipes (Brants, 1827) são roedores cricetídeos alocados na subfamília Sigmodontinae. Essas espécies com ampla distribuição geográfica na América do Sul, incluindo Rio Grande do Sul, estão associadas a ambientes com corpos d’agua, portando adaptações a hábitos semiaquáticos. Anatomias ósseas diferentes são resultados de adaptações à vida e hábitos de uma espécie. Desta forma, quanto maior a adaptação, maior é o uso que o animal faz dessa estrutura no meio. O objetivo deste estudo consiste em comparar e analisar os acidentes ósseos do membro anterior, cintura escapular, cintura pélvica e membro posterior de H. brasiliensis e N. squamipes, para observar a forma anatômica que reflete a pressão adaptativa que a estrutura está submetida ambientalmente. A amostra constitui-se de 22 espécimes de H. brasiliensis e 14 de N. squamipes, tombados no Museu de Ciências Naturais da ULBRA. Os espécimes foram classificados em classes de idade relativa segundo o desgaste da face de oclusão dos molares para minimizar diferenças ontogenéticas. As análises demonstraram que existe diferença qualitativa em nove dos 11 ossos estudados. Na ulna foi possível observar diferenças na extremidade do olécrano, sendo este mais arredondado em H. brasiliensis. O úmero apresentou diferenças na fossa radial, estando perfurada em H. brasiliensis e raramente perfurada em N. squamipes, e na tuberosidade deltóide, que se apresenta um formato mais falciforme em H. brasiliensis. A escápula demonstrou uma diferença visível de tamanho na espinha da escápula, apresentando-se maior em N. squamipes, além da terminação deste osso ocorrer diferentemente entre as espécies. Uma estrutura de cartilagem ligando a clavícula e o esterno foi observada em N. squamipes, não existindo em nenhum espécime de H. brasiliensis. A cintura pélvica demonstrou diferenças na espinha cranial ventral ilíaca e no tubérculo púbico ventral, diferenciando as espécies. O fêmur foi o membro que demonstrou o maior número de diferenças, apresentando três morfologias visivelmente distintas entre as espécies, principalmente ligadas ao trocânter maior, estrutura de fixação de diversos músculos referentes a força do membro posterior. A tíbia se apresentou mais curvada no terço distal em N. squamipes, além de apresentar um espaçamento maior com a fíbula nesta espécie. Adicionalmente, analisando a coluna vertebral foi possível observar uma variação intraespecífica no número de vértebras torácicas e lombares em N. squamipes. H. brasiliensis apresentou um número de vértebras padrão em todos espécimes. De forma geral as estruturas anatômicas presentes nos táxon diferem em tamanho, formato e superfície para inserção muscular. Desta forma, ficou evidenciado que N. squamipes possui ossos mais robustos, o que permite maior inserção muscular e, consequentemente, maior força. Já H. brasiliensis possui ossos um pouco mais delgados, tendo uma superfície menor para inserção muscular.


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