Portal de Eventos da ULBRA., XX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Avaliação da atividade da Butirilcolinesterase como biomarcador de neurotoxicidade em indivíduos expostos ocupacionalmente aos Organofosforados e Carbamatos
Mariana Merino Londero, Danieli Benedetti, Juliana Da Silva

Última alteração: 17-10-2014

Resumo


O cultivo da soja é crescente no Brasil, no estado do RS. O uso combinado de agrotóxicos é aumentado durante a produção para garantir maior produtividade. Podem ser destacados os agrotóxicos Organofosforados e Carbamatos, considerados neurotóxicos devido a ação inibitória que exercem sobre a atividade das colinesterases (ChEs), são capazes de impedir a hidrólise do NT acetilcolina em colina e ácido acético após cada transmissão nervosa. Os efeitos agudos e crônicos promovidos por Organofosforados e Carbamatos podem ser verificados a partir da inibição destas enzimas, que dependendo da dose e duração da exposição podem desencadear Síndrome Colinérgica Aguda, Síndrome Intermediária e Polineuropatia Tardia com manifestações muscarínicas (parassimpáticas), nicotínicas (ganglionares) e de SNC. Sintomas de intoxicação promovidos por estes compostos químicos podem ser diagnosticados através da atividade de ChEs, sendo o grau de inibição considerado um método de escolha para biomonitoramento de indivíduos expostos. Considerando intoxicações ocupacionais como um dos principais problemas de saúde pública, objetivo do presente estudo foi avaliar a exposição ocupacional em um grupo de indivíduos expostos aos agrotóxicos inibidores de ChEs, usados durante o cultivo da soja no município de Espumoso (RS), através da avaliação da atividade da butirilcolinesterase (BChE). Foi incluído no estudo um total de 224 indivíduos, com idade média de ± 48 anos, sendo 149 expostos aos agrotóxicos (136 homens e 13 mulheres) e 75 considerados não expostos (27 homens e 48 mulheres). No grupo dos indivíduos expostos foram considerados dois grupos, classificados conforme as práticas de pulverizações e uso de Equipamentos de Proteção Individual. As atividades enzimáticas de BChE foram avaliadas através do método de Ellman et al. (1961); Biochemicol Pharmacology. Resultados não demonstram redução significativa sobre a atividade da butirilcolinesterase quando comprados os grupos expostos (7433 ± 192.9) e não expostos (6953 ± 299.5), é possível perceber que os expostos, apresentam valores mais altos, atribuído a uma possível síntese compensatória da enzima devida à exposição que geralmente ocorrem em baixas doses e de maneira frequente. Não foram encontradas diferenças significativas entre os gêneros, uso de EPI e forma de exposição. A avaliação da atividade da butirilcolinesterase em indivíduos expostos ocupacionalmente aos Carbamatos e Organofosforados é considerada um indicador de exposição, mas pode gerar resultados conflitantes e em alguns casos não está diretamente relacionado ao risco de exposição a estes agrotóxicos, porque efeitos de exposição crônica geralmente não apresentam sinais clínicos aparentes e a atividade de butirilcolinesterase, em média podem estar dentro dos valores de referência considerados normais. Assim é necessário encontrar outros biomarcadores mais sensíveis para avaliação e biomonitoramento de exposições crônicas.