O fenômeno do envelhecimento demográfico vem se acentuando gradativamente no Brasil. As novas concepções e características próprias dessa fase transformam a experiência da aposentadoria um momento cada vez mais atingível para homens e mulheres. Se antes, socializados, preparados e exigidos, cultural e economicamente, para cumprir o seu destino de trabalhador, após o afastamento da ocupação laboral e com a realidade da aposentadoria, homens e mulheres a partir dos sessenta anos se veem desafiados a redimensionar as motivações pessoais às novas condições socialmente impostas: a aposentadoria e a velhice. A pesquisa tem por objetivo principal investigar como se processa a passagem da condição de trabalhador ativo a trabalhador aposentado e que ressignificados dão às suas vidas homens e mulheres idosas (as) na aposentadoria. A pesquisa é norteada pelo método dialético-crítico, ressaltando-se às categorias de análise: totalidade, historicidade e contradição. A amostra será do tipo não-probabilista intencional. Abrangerá aproximadamente 150 idosos que participam de Grupos de Convivência para a Terceira Idade, vinculados aos Programas de Extensão das Universidades: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Instituto Porto Alegre e Grupos de Convivência e Fortalecimento de Vínculos de áreas urbana e rural, vinculados aos Centros de Referência da Assistência Social da Prefeitura Municipal de Porto Alegre/RS. Os instrumentos e técnicas utilizados para a investigação e alcance dos objetivos propostos foi a entrevista semiestruturada e a observação assistemática. Na avaliação dos dados, utilizar-se-á o método de análise de conteúdo. A pesquisa encontra-se em fase de coleta de dados e já foram entrevistados sessenta idosos. Os resultados parciais dos dados revelam um perfil de idosos na faixa etária de sessenta a noventa anos, com grau de escolaridade que vai do Ensino Fundamental, Ensino Médio, Superior Completo e os alfabetizados informalmente. Entre as principais ocupações dos idosos no tempo livre destacam-se: voluntariado, participação em grupos de convivência, passeios e cuidados com netos. Quanto à percepção dos homens e mulheres entrevistados (as) em relação à velhice e a aposentadoria foram obtidos relatos distintos entre eles, tais como: a aposentadoria foi bem vinda, se adaptaram bem a aposentadoria, pois continuaram trabalhando informalmente, que esta é muito mal remunerada, que a velhice é tranquila quando se recebe o carinho dos familiares, porém há aqueles que se sentem limitados pelas implicações na saúde que esta nova fase da vida traz.