Esta pesquisa tem o objetivo de analisar as políticas e as práticas que constituem a rede de atendimento aos usuários de drogas e suas famílias nas áreas da saúde, assistência social, justiça e segurança pública, a fim de contribuir para o fortalecimento da rede de atendimento aos usuários de drogas e seus familiares no Rio Grande do Sul. Para tanto, foram mapeadas as políticas e práticas que permeiam a rede de serviços, em suas modalidades diversas, oferecidos pelas organizações públicas (estatais ou filantrópicas) e disponíveis em instituições privadas para a coleta de dados. Nas instituições que concordaram em participar da pesquisa, foram coletados dados a partir de um instrumento de entrevistas semi-estruturadas, previamente agendadas, com dois usuários de drogas, um familiar, o gestor e um profissional do serviço para compor a amostra da pesquisa. O método de análise de dados é o dialético crítico que auxilia no desvendamento do fenômeno social. No estudo sobre os processos e resultados, foi dada ênfase aos procedimentos qualitativos, embora fossem utilizados instrumentos e técnicas de pesquisa quantitativa, considerando que no mundo dos significados e das relações humanas os dados qualitativos e quantitativos se complementam. Dados preliminares demonstram que a rede de atenção é fragmentada, sendo necessário qualificar a comunicação entre as áreas da Assistência Social, Saúde, Justiça e segurança pública, necessitando ser agregado mais profissionais de diversas áreas com capacitação específica para a atenção aos usuários de drogas. As estruturas de atendimento e de recursos humanos foram apontadas como insuficientes para o volume da demanda. Constataram-se dificuldades de inserção dos usuários de drogas em tratamento no mercado de trabalho, bem como a falta de estratégias específicas para estimular uma maior participação da família nesse processo. Até o momento foram participaram da pesquisa 38 instituições na Região Metropolitana de Porto Alegre. Foram realizadas nessas instituições 144 entrevistas, sendo 35 gestores, 30 trabalhadores, 19 familiares e 60 usuários. Esta pesquisa iniciou-se por meio de um convênio da PUCRS com a Federação Internacional de Universidades Católicas – FIUC e atualmente é financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq.