Última alteração: 17-10-2014
Resumo
Compósitos poliméricos reforçados com fibras vegetais tem ganhado uma visibilidade cada vez maior no mercado industrial. Devido a possibilidade de combinação de propriedades, essa classe de materiais é capaz de combinar materiais de alta rigidez e alta resistência ao impacto, por exemplo, aliados a uma baixa densidade proporcionada pelas fibras. Por ser um material de fácil processabilidade e boa estabilidade térmica, o polipropileno é uma das matrizes poliméricas mais utilizadas e, neste trabalho, está sendo reforçado com fibras de casca de banana. A escolha por estudar a interação do polímero com este tipo de fibra é pelo fato da banana ser o quarto alimento de maior produção mundial, não havendo, até o momento, nenhuma aplicação industrial para sua casca, que representa cerca de 50% de seu peso. As cascas foram tratadas quimicamente, moídas, peneiradas e adicionadas ao PP em proporções de 5, 10 e 15% para estudar sua interação com o polímero e sua influência sobre propriedades como resistência ao impacto, tração, tensão de ruptura e estabilidade térmica. Além disso, também é analisado se o tratamento com hidróxido de sódio modificou a composição lignocelulósica da fibra e se houve alteração na sua superfície de contato que possa resultar em melhores condições de adesão ao polímero. Como resultado, observa-se que há uma interação satisfatória entre as fases, mas são observados pontos de acúmulo de carga ocasionados por falhas no processo de homogeneização. Em termos de estabilidade térmica, é mostrado que o compósito com 5% de fibra apresenta o melhor resultado. O ensaio de resistência ao impacto, apesar de não comprovar uma linearidade nos resultados, indica uma influência da fibra no sentido de promover e dissipar a energia absorvida, enquanto que na análise de tração e tensão de ruptura, a fibra não agrega propriedades substanciais, entretanto também não prejudica a qualidade garantida com o polímero puro.