Ao longo dos tempos, a literatura tem servido tanto como espelho social, como um veículo para expressar ideais morais (religiosos e comportamentais), quanto como uma ferramenta para difundir ideias e conceitos universais ou de culturas particulares. Este trabalho tem por objetivo analisar o aspecto filosófico presente em As Crônicas de Nárnia, mais precisamente no segundo livro, O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa, de Clive Staples Lewis, com base nas reflexões propostas por Andrew Norman Wilson (1990), Jerry L. Walls (2005) e Gregory Bassham (2005), a fim de verificar como os conceitos cristãos na obra estão apresentados e entrelaçados subjetivamente. A análise compreende menções e comparações entre personagens e situações ligadas à cultura cristã pelo uso do elemento fantástico na narrativa. Pelo autor ter utilizado vocabulário acessível, aliado ao subtítulo “uma história para crianças” (como a própria capa da versão original em língua inglesa sugere), percebemos que o leitor pode apreciar o livro sem necessariamente ater-se às referências cristãs. Contudo, não devemos ignorá-las, pois essas têm como finalidade fazer uma breve e sutil introdução dos seus leitores à cultura cristã.