Última alteração: 23-10-2012
Resumo
A cadeia produtiva do leite está pressionada à modernização por consequência dos processos de abertura da economia brasileira, integração regional, liberação dos preços dos produtos lácteos e da livre concorrência pelas importações. Essa modernização tem sido decisiva para a profissionalização do setor transformando o modelo extrativista em um modelo competitivo e sustentável. Diante disto, aspectos relacionados com a qualidade do produto utilizado pela indústria láctea tornam-se relevantes para a competitividade do setor. Além do volume de leite produzido, as indústrias, diante do cenário atual, para permanência no mercado, precisam implantar e aperfeiçoar ferramentas gerenciais de produtos e processos a fim de padronização e a agregar valor ao produto final. O termo qualidade do leite é muito utilizado para conotar a importância à valorização dos componentes do leite na formulação do preço pago ao produtor, principalmente no caso de empresas que pretendem ampliar a participação no mercado de leite fluido e internacional. A implantação e o aprimoramento de Sistemas de Pagamento por Qualidade tornaram-se fundamentais para as indústrias, pois consiste em evolução do sistema de comercialização do leite e de um aprimoramento das relações entre indústrias e produtores, além de atender a legislação vigente, como a Instrução Normativa nᴼ51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo do presente projeto é analisar os programas de pagamento por qualidade, implantado em laticínio do Rio Grande do Sul. Serão determinados os parâmetros de qualidade a serem avaliados considerando a influência dos componentes do leite (matéria-prima) nos atributos de qualidade dos seus derivados (produto final) sendo estes: teor de gordura; proteína; contagem de células somáticas (CCS) e contagem bacteriana total (CBT). Estas análises são realizadas pelo Laboratório da Rede Brasileira de Qualidade do Leite e fornecidas pela equipe de controle de qualidade do laticínio. A partir destes será confeccionado uma tabela de critérios e valores com a média de cada produtor e a divisão destes resultados em faixas de ágio e deságio. Até o presente momento, foram tabelados dados de 21 propriedades que apresentaram a média de 10,5% das amostras a CBT abaixo do exigido, 33,7% dentro da legislação vigente e 49,6% ficaram acima dos valores estabelecidos. Enquanto que, em relação a CCS, 41,8% das amostras ficaram abaixo, no padrão foram de 36,5% e acima 21,7%. Nas amostras analisadas para o teor de gordura, 6,4% encontraram-se abaixo, 63,5% no padrão e 24,5% ficaram acima dos valores exigidos pela legislação. Nas amostras de proteína 14% ficou abaixo, 87,3% ficaram no padrão e 2,1% ficou acima do padrão exigido pela legislação. Até o presente momento, o número de amostras que estão dentro do padrão estabelecido pela legislação para CCS e CBT representa o menor número, o que demonstra ainda a carência na higiene e manejo da ordenha.