A adolescência é uma etapa crucial para o crescimento e desenvolvimento do ser humano. Porém, devido às diversas transformações que ocorrem nessa fase, o adolescente pode se tornar mais vulnerável a comportamentos que comprometam sua saúde, como tabagismo, consumo de álcool e drogas.  Atualmente, o consumo dessas substâncias pelos jovens é um problema de saúde pública não só no Brasil, mas em todo o mundo. Assim, é de extrema importância o reconhecimento de fatores relacionados ao consumo de drogas lícitas e ilícitas, como os demográficos, psicossociais e familiares. O presente estudo foi realizado com o objetivo de investigar a prevalência da experiência e do consumo, nos últimos 30 dias, de álcool, tabaco e outras drogas, e descrevê-la segundo fatores demográficos e familiares em escolares de oitava série da rede pública de escolas de Porto Velho, RO, em 2010. Foi realizado um estudo transversal, investigando uma amostra representativa de 831 adolescentes da oitava série da rede pública de Porto Velho-RO, em 2010. A coleta de dados foi realizada nas escolas com questionários autoaplicados referentes às características demográficas e ao consumo na vida e nos últimos 30 dias de álcool, tabaco e drogas ilícitas pelos jovens; ao consumo de tabaco e álcool pelos pais; e ao consumo de tabaco e drogas pelos amigos. Os dados foram analisados com o auxílio do teste do qui-quadrado no software Stata 6.0. Observou-se que 56,6% eram do sexo feminino, 70,8% apresentaram idades entre 14 e 15 anos (média de 14,3 anos e DP = ± 1,01), 73,8% declararam-se como não brancos e 53,4% estavam nas classes econômicas A e B da ABEP. Os resultados indicaram uma prevalência de uso na vida de 49,7% de álcool, 17,5% de tabaco e 5,3% de drogas ilícitas e, nos últimos 30 dias, de 24,0%, 6,4% e 2,3%, respectivamente. Não foram evidenciadas associações significativas entre os desfechos e sexo, cor da pele autorreferida e inserção econômica. Para o uso na vida e nos últimos 30 dias de tabaco, encontrou-se associação com faixa etária e uso pelos amigos. Em relação ao uso na vida e nos últimos 30 dias de álcool, verificou-se uma associação significativa dessas variáveis com faixa etária e consumo de álcool pelos pais. Quanto ao uso na vida de drogas ilícitas, houve associação com faixa etária e consumo dessas substâncias pelos amigos, e, para o consumo nos últimos 30 dias, somente a faixa etária esteve associada. Por fim, os escolares entre 16 e 19 anos foram os que mais consumiram essas substâncias. Conclui-se que o ambiente influencia o consumo de substâncias lícitas e ilícitas pelos adolescentes, tanto pelo consumo dos pais de álcool e tabaco, quanto pelo consumo dos amigos de tabaco e de outras drogas. Chama a atenção que não foram evidenciadas diferenças significativas entre os sexos para a experiência ou uso nos últimos 30 dias dessas substâncias.