Última alteração: 23-10-2012
Resumo
O estudo caracteriza-se por ser do tipo bibliográfico, evidenciando-se sobre a temática da sexualidade do idoso na contemporaneidade.A sexualidade e a corporeidade na maturidade são temas que ainda causam grandes polêmicas em nossa sociedade. Muitas vezes, deve-se ao fator de que grande das pessoas idosas terem recebido uma herança educativa e cultural permeada de tabus, narrativas e estigmas.Percebe-se que muitas pessoas ainda têm hoje uma visão muito restrita sobre essa questão e classificam a velhice como um período da vida em que a pessoa se torna “assexuada”, onde a pessoa idosa é vista como um indivíduo que teria que assumir o papel de avó ou avô, cuidando de seus netos, fazendo tricô e vendo televisão...Nesse sentido este estudo de revisão tem o objetivo de refletir sobre essa premissa, considerada hoje de extrema importância em nosso contexto social. O corpo é a dimensão fundamental do ser humano porque materializa a sua existência, dilacerando-o no tempo e no espaço e inserindo-se no quadro da vida cotidiana. O corpo é a única possibilidade que temos de nos experimentar como seres humanos, tecendo nossa própria existência As convenções sociais e culturais têm o poder de normatizar a natureza dos seres humanos pelo desenvolvimento dos estereótipos de normalidade. Conforme Benincá e Silva(2007): Pessoas, idéias e comportamentos que não correspondem ao esperado pela sociedade são rotulados e discriminados como anormais, portanto, devendo ser marginalizados pelo grupo que discrimina e rechaça as diferenças.A sexualidade dos velhos especialmente do lado ocidental do mundo, é norteada por uma normatização sociocultural que tacitamente impinge que as vaginas se fechem e que os pênis pendam para sempre, relegando aos longevos a uma vida casta, desprovida de qualquer manifestação de energia sexual. (BENINCÁ ; SILVA , 2007, p. 148).O contato afetivo é um fator muito importante em qualquer momento da vida. Na velhice também ocorre a necessidade de se estabelecer um ambiente agradável e que propicie ao indivíduo a exteriorização de seus sentimentos. O fato de o idoso se encontrar acompanhado não lhe assegura bem-estar, podendo surgir momentos de solidão em decorrência do sentimento da falta de intimidade e desconforto interior.O idoso pode ressignificar o mundo da vida, (re)conhecer seu próprio corpo e desenvolver melhor sua corporeidade. A educação por meio da cultura de movimento remete-nos a repensar o próprio corpo por meio dos nossos sentidos e, de acordo com Bruhns ( 1984) O que está em jogo são duas maneiras diferentes de ver o corpo: num caso, corpo que é simples meio e que é treinado para se transformar num instrumento de luta contra o tempo e contra o espaço. Uma corrida é luta contra o tempo. Já um salto é luta contra o espaço. Num outro, o corpo é reconciliado com o espaço e o tempo, e que não deseja vencê-los mas apenas usufruí-los.