Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA SINTOMATOLOGIA DE DTM (DISFUNÇÃO TÊMPORO-MANDIBULAR) E FATORES ASSOCIADOS EM ESTUDANTES DO CURSO DE ODONTOLOGIA - CANOAS
Isaias Moreira Rambor, Vivian Bertoglio Gazzola, Rodrigo Duarte Farias, Profa. Luciane Quadrado Closs

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


O objetivo desta pesquisa é o de avaliar a sintomatologia de DTM em estudantes de Odontologia, identificando à percepção subjetiva e psicossocial de fatores de risco associados a dor miofacial crônica. Uma amostra inicial de 62 estudantes de graduação da Faculdade de Odontologia da ULBRA/Canoas/RS preencheu o questionário padronizado RDC/TMD. Avaliação descritiva da amostra (sexo, raça, etnia, escolaridade, emprego e renda) bem como 31 questionamentos sobre dor na face e nos músculos mastigatórios, nos últimos 6 meses foram coletados. Foram avaliadas as médias e associações entre as variáveis da amostra por meio dos testes: coeficiente de correlação de Spearman, Mann-Whitney, Kruskal Wallis, Anova, Qui-Quadrado e teste exato de Fisher. Do total de entrevistados, 17 eram masculinos (27,4%) e 45 femininos (72,6 %). A média de idade é 23,31 anos (SD=5,47) e a maioria de etnia italiana (42,6%; n=26), seguida da alemã (24,6%; n=15) e em 3º a portuguesa (18%; n=11). As raças predominantes foram branca (95,2%; n=59), parda (3,2%; n=2) e preta (1,6%; n=1). Em relação à escolaridade todos são alunos de ensino superior (ES) estando 39,3% no 2º ano, 24,6% (1º ano), 16,4% (3º ano), 8,2% (4º e 6º ano) e 3,3% (5º ano). Quanto à saúde geral, 45,2% (n=28) relataram estar com saúde muito boa, 29% (n=18) estar boa e 24,2% (n=15) com saúde excelente. Quanto à saúde bucal, 51,6% (n=32) relataram estar com saúde bucal muito boa, 25,8% (n=16) estar boa e 21% (n=13) estar excelente. Em relação à renda familiar, 33,9% do total de alunos não responderam e daqueles que responderam 34,1% (n=14) tem renda ≥ 30 SM, 22% (n=9) entre 15 a 20 SM, 19,5% (n=8) de 5 a 10 SM e 12,2% (n=5) de 3 a 5 SM. Não houve associação da variável ICD (intensidade característica da dor) e idade (rs=0,126; p=0,333). Ao comparar o ICD com a frequência entre os sexos observou-se que a média para o sexo masculino foi 3,13 (SD=11,3) e para feminino a média foi 7,3 (SD=6,0) não havendo diferenças estatisticamente significativas (P=0,325). Associação do ICD com saúde geral resultou em 33,27% (n=28) com saúde muito boa, 31,27% (n=19) boa ou regular e 27,73% (n=15) excelente (p=0,376). Ao comparar ICD com estado de saúde bucal resultou 33,66% (n=32) com saúde muito boa, 30,56% (n=17) boa ou regular e 27,46% (n=13) excelente (p=0,296). Comparação entre sexo e dor nas últimas 4 semanas (DCA) obteve-se 20% (n=9) para o sexo feminino e 5,9% (n=1) masculino (p=0,260). Ao relacionar DCA e saúde geral resultou em 21,1% saúde boa ou razoável, 17,9% muito boa e 6,7% excelente (p=0,498) e DCA com saúde bucal resultou em 21,9% saúde bucal muito boa, 17,6% boa ou regular (p=0,191). Média de idade e grau de dor crônica foi correlacionada resultando em aluno sem dor com média de 23,31 anos (SD=5,9), baixa intensidade de dor e média de 24 anos (SD=2,6) e dor de alta intensidade com 21,33 anos (SD=2,5) (p=0,771) e alunos sem dor com sexo onde 88,2% (n=15) são masculinos e 77,8% (n=35) são femininos. 11,8% dos alunos com baixa intensidade de dor são masculinos (n=2) e 15,6% (n=7) são femininos. Alunos com dor de alta intensidade apareceram somente nas mulheres em 6,7% (n=3) (p=0,491). 10,7% dos alunos relataram ter saúde geral muito boa e grau de dor crônica de alta intensidade (p=0,262) e 9,4% dos alunos relataram grau de dor crônica de alta intensidade e saúde bucal muito boa e 92,3% relataram estar sem dor e ter saúde bucal excelente (p=0,445). Grau de depressão foi comparado com idade: depressão severa (n=1) aos 21 anos, moderada aos 27,5 anos (SD=8,1) e normal aos 22,94 anos (SD=5,3) (p=0,265) e com sexo: 82,4% normal e 17,6% depressão moderada para homens e 95,3% normal e 2,3% moderada e 2,3% depressão severa para mulheres (p=0,086). Apenas 5,9% relataram grau de depressão severa e saúde geral boa ou razoável (p=0,087) e 6,7% com grau de depressão severa e saúde bucal boa ou razoável (p=0,544). Ao avaliar o grau de sintomas físicos não específicos incluindo dor e média de idade resultou em 23,05 anos (SD 5,4) para grau normal, 22 anos (SD 2,6) grau moderado e 36 anos grau severo (p=0,61). O sexo masculino apresentou-se 100% com grau normal e o feminino apresentou-se com 90,7% normal, 7% moderado e 2,3% severo (p=0,429). 11,8% apresentavam saúde geral boa ou razoável e grau de depressão moderado e 5,9% com depressão severa e saúde boa ou regular (p=0,205). 13,3% tinham saúde bucal boa ou razoável e grau de depressão moderado e 6,7% com depressão severa e saúde bucal boa ou regular. (p=0,120). Ao avaliar o grau de sintomas físicos não específicos excluindo dor e média de idade resultou em 23,04 anos (SD 5,3) grau normal, 28,50 anos (SD 10,60) grau moderado. 100% dos homens com grau normal da mesma variável e mulheres com 95,3% grau normal, 4,7% moderado (p=1,0). 11,8% apresentavam saúde boa ou razoável e grau de sintomas físicos incluindo dor moderada e 88,2% com grau normal e saúde geral boa ou regular (p=0,073). 13,3% apresentavam saúde bucal boa ou razoável e grau moderado e 86,7% com grau normal e saúde bucal boa ou regular (p=0,120). Limitações funcionais também foram avaliadas pela quantidade de respostas positivas frente aos questionamentos resultando mediana de 0,040 para homens e 0,110 com um pouco mais de representatividade de limitações para mulheres, embora pouca significativa (rs=0,043 P=0,744). A abrangência pequena da amostra não determinou diferenças estatisticamente significativas. Há predominância de mulheres, raça branca e de etnia italiana, renda superior a 30 salários e a grande maioria está cursando até o 3º ano caracterizando o início do curso superior de Odontologia, nos quais não se sofrem grandes estresses, depressões ou incapacidade para as atividades cotidianas que possam trazer alterações na qualidade de vida destes alunos. Em geral apresentam saúde geral e bucal muito boa. O sexo feminino apresentou mais dor nas últimas 4 semanas e em pequena porcentagem depressão severa. Não houve correlação entre percepção subjetiva e psicossocial de fatores de risco associados à qualidade de vida em saúde que predispõem a manutenção ou perpetuação da dor miofacial crônica em alunos da graduação em Odontologia da ULBRA/Canoas/RS diagnosticadas com DTM. Uma maior abrangência de alunos para a amostra será necessária para obtenção de melhor representatividade na percepção subjetiva e qualidade de vida em relação à sintomatologia de DTM.