Ainda que seja conhecida desde a antiguidade, a tuberculose (TB) continua preocupando as autoridades sanitárias até os dias atuais. No Brasil, embora existam inúmeras campanhas preventivas e instrutivas para o combate da doença, estima-se que mais de 50 milhões de pessoas estejam infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis, com aproximadamente cerca de 70 mil novos casos por ano. No país, a tuberculose é a terceira causa dos óbitos causados por doenças infecciosas e a primeira entre os pacientes com HIV. Este estudo teve como objetivo principal caracterizar o perfil epidemiológico de pacientes com suspeita de tuberculose internados no Hospital Municipal Getúlio Vargas, que está localizado na cidade de Sapucaia do Sul – RS, no período de 2009 até 2012. O trabalho foi realizado através da consulta aos registros do Programa de Controle da Tuberculose. Durante o período mencionado o hospital efetuou a notificação de 168 casos, abrangendo 42,85% dos casos novos identificados no referido município. Destes pacientes 62,7% eram do sexo masculino e 37,3% do sexo feminino, na faixa etária média de 42,5 anos. As formas clínicas mais frequentes da doença foram: pulmonar 90,7% e extrapulmonar 9,3%. O serviço ambulatorial foi o que mais realizou diagnóstico de tuberculose, com um percentual de 53,8%. Dos pacientes internados que foram a óbito, 54,9% deles tinham co-infecção com o vírus do HIV. A constatação do perfil epidemiológico dos pacientes foi a seguinte: 28% eram fumantes, 23% etilistas, 17% usuários de drogas e 8% eram moradores de rua. Referiram com caso de reincidência de TB 4,8% que foram identificados como moradores de rua ou drogados. Portanto, foi possível constatar que, conforme já descrito em outros estudos, o HIV, juntamente com o uso de drogas, está correlacionado com os casos de tuberculose. Sendo assim, sugere-se que medidas para a prevenção e o acesso dos pacientes à rede básica de saúde sejam ampliadas.