A demanda industrial por tecnologias com baixo impacto ambiental tem estimulado pesquisas visando à utilização de materiais ou componentes de processos que minimizem a geração de resíduos. A utilização de taninos, compostos polifenólicos naturais extraídos de plantas, tem sido reportado na literatura como um agente inibidor do processo corrosivo de materiais metálicos em meio aquoso. O principal mecanismo de sua ação inibidora seria a reação entre óxido de ferro e o tanino, formando o complexo insolúvel de ferro-tanato. A eficiência desta ação inibidora, no entanto, vem sendo discutida e estudada para diversos sistemas material-ambiente. Neste estudo, taninos extraídos de acácia negra foram utilizados no processo de fosfatização do aço carbono 1020 para aumentar a resistência deste em meios aquosos contendo íons agressivos. Corpos de prova foram fosfatizados em solução 10 g.L^-1 de NaH₂PO₄ (acidificada com H₃PO₄ para obtenção de pH 3,5) e posteriormente selados em solução contendo 2 e 5 g.L^-1 de tanino em temperatura de 85 ºC por uma hora. A eficiência de seu caráter inibidor por esta técnica de selagem foi avaliada por medidas eletroquímicas, utilizando cronopotenciometria, polarização potenciodinâmica anódica e espectroscopia de impedância eletroquímica em uma célula típica de três eletrodos, contendo eletrodo de trabalho, eletrodo de referência (eletrodo de calomelano saturado) e contra-eletrodo (platina). As análises eletroquímicas foram realizadas em solução de Na₂SO₄ 0,1 mol.L^-1 . Resultados parciais mostraram que os corpos de prova selados em solução contendo taninos de acácia negra apresentaram uma melhora na resistência ao processo corrosivo, comparados aos corpos de prova submetidos apenas ao processo de selagem contendo água deionizada. Estes resultados preliminares indicam que a adição de taninos no processo de pré-tratamento de pintura, como o processo de fosfatização, apresenta-se como uma alternativa para aumentar a resistência à corrosão do aço carbono.