Última alteração: 23-10-2012
Resumo
A OMS estima que mais de 2 bilhões de pessoas no mundo são anêmicas, correspondendo a um terço da população mundial.Na região sul do país, sua incidência aproxima-se a 20% nas mulheres e 5% nos homens. Avaliar a prevalência das anemias nos pacientes adultos internados no Hospital Universitário Ulbra Mãe de Deus (HUUMD), Canoas-RS, além de agrupá-las entre os sexos, faixas etárias, morfologia das células vermelhas, equipe no qual o paciente estava internado e o plano de saúde foram os objetivos do estudo. Realizou-se no HUUMD um estudo observacional com delineamento transversal através da revisão de prontuários eletrônicos; obtidos para o estudo de pacientes internados no 7° e 8° andares do HUUMD no dia 27/08/2012, de ambos os sexos. As variáveis utilizadas neste protocolo foram: gênero, faixas etárias, diagnóstico de anemia (Hb menor que 11 no sexo feminino e Hb menor que 12 no masculino) conforme o último hemograma da internação, classificação das anemias (segundo o VCM), equipe no qual o paciente estava internado (clínica ou cirúrgica) e o plano de saúde (SUS/Convênios). Foi utilizado o teste SPSS15.0, para avaliar a significância estatística dos resultados encontrados, através do valor de p. No dia do estudo havia 125 pacientes internados (clínicos:37; cirúrgicos:88). Não havia diferença entre pacientes clínicos e cirúrgicos quanto: realização ou não de hemograma, idade ou sexo. Durante a internação, 80% dos pacientes (100/125) realizaram hemograma. O nível de hemoglobina era menor em pacientes cirúrgicos (Hb:10,7 g/dl) comparado a pacientes clínicos (Hb:11,9 g/dl) (p=0.028). O VCM demonstrou uma tendência de ser um pouco mais alto em pacientes clínicos (p=0,063). A idade média era discretamente mais alta em pacientes do sexo feminino (p=0,074) e também a proporção de pacientes que tinham hemogramas era maior no sexo feminino (p=0,072). Pacientes do sexo feminino apresentaram níveis de hemoglobina (Hb:10,8) mais baixo que do sexo masculino (Hb:12,0) (p=0,013). Portanto, os resultados deste estudo apontaram uma alta incidência de anemia nos pacientes internados neste hospital. Verificamos uma diferença expressiva entre a percentagem de homens (43,6%) e mulheres (37%) apresentando anemia; ao contrário da multiplicidade de estudos que mostram maior a prevalência da anemia em mulheres. A partir deste panorama, concluímos que a abrangência da anemia no cotidiano hospitalar passa, muitas vezes, despercebida.