Última alteração: 24-10-2012
Resumo
O crack é uma substância estimulante do sistema nervoso central com alto poder de causar dependência devido a intensidade de seus efeitos na liberação de neurotransmissores. O fumo, o etanol e as drogas de abuso são alguns dos agentes capazes de causar danos ao DNA celular e a presença de micronúcleo serve como parâmetro para determinação da extensão do dano que um agente está causando ao organismo. O micronúcleo é um núcleo adicional e separado do núcleo principal da célula formado por cromossomos ou fragmentos de cromossomos que não foram incluídos no núcleo principal durante a divisão celular. O objetivo do estudo foi determinar a frequência de micronúcleos em amostras de mucosa oral de usuários e ex-usuários de crack em tratamento no CAPS-AD de Canoas, comparando esses resultados com um grupo de indivíduos não usuários da droga. Participaram da pesquisa 51 usuários de crack e 50 indivíduos não-usuários de drogas e abstêmios, cuja coleta, preparo e análise das células foram baseadas no protocolo de Thomas (2009). A coloração utilizada foi a de Feulgen-Fast Green, permitindo a contagem de 2000 células por indivíduo. Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando o programa SPSS. Os usuários de crack apresentaram uma média de 7,31±3,34 células com micronúcleos, enquanto que os controles negativos tiveram uma frequência de 1,86±1,51. Através dos resultados do teste de Mann-Whitney, encontrou-se um valor de p <0,05, o que permite concluir que existe diferença significativa na frequência de micronúcleos em usuários e não-usuários de crack. Pode-se afirmar que indivíduos usuários de crack apresentam um aumento de danos celulares na mucosa oral devido a exposição à esse agente genotóxico, sendo o teste de micronúcleos uma ferramenta importante para o biomonitoramento dessa população.