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A inteligência emocional percebida refere-se à habilidade individual para entender, clarificar e regular emoções. Configura-se na forma de lidar e reparar estados emocionais negativos e manter os positivos. A maioria das escalas para avaliação da inteligência emocional tem se baseado no autorelato, como o O BarOn Emotional Quotient Inventory e a Medida de Inteligência Emocional. Ambos apresentam rígidos estudos de construção e boas propriedades psicométricas, mas são compostos por subescalas associadas a traços de personalidade, habilidades sociais e outros construtos que não a inteligência. Na adolescência, a regulação emocional associa-se tanto à saúde física quanto psicológica. Nesse sentido este estudo apresenta os resultados parciais referentes aos procedimentos de adaptação e validação de uma escala de inteligência emocional para o contexto de adolescentes brasileiros. Participaram 1035 adolescentes escolares com idades entre 12 e 19 anos e idade média de 14,2 anos (DP=1,22). Os instrumentos foram: o questionário sócio-demográfico e a Trait meta-mood scale (TMMS-24), que avalia níveis de inteligência emocional em termos atenção, clareza e reparação de emoções. A coleta de dados foi realizada por bolsistas de iniciação científica, no contexto escolar, após aprovação das escolas e consentimento expresso dos pais dos alunos. O instrumento foi adaptado para o português brasileiro a partir da versão portuguesa, mediante consideração das equivalências: conceitual e de itens, semântica e operacional. Após a aplicação definitiva, os dados foram analisados através de análise descritiva e multivariada (análise fatorial). A análise fatorial exploratória, pelo método de máxima verossimilhança com rotação oblimin direta, foi realizada com 515 participantes, selecionados pelo método split half do SPSS. Os 520 restantes comporão a amostra para posterior análise fatorial confirmatória, que avaliará o ajuste do modelo obtido. Foram extraídos três fatores, que explicaram 49,4% da variância e revelaram-se correlatos, em termos da distribuição item-fator, ao modelo original da TMMS-24 (atenção, clareza e reparação). A fidedignidade foi avaliada pelo método do Alfa de Cronbach. A escala total apresentou um coeficiente alfa de Cronbach satisfatório (a = 0,90), indicando uma boa consistência interna de seus itens na avaliação do construto. Os três fatores, atenção, reparação e clareza, obtiveram alfas satisfatórios de 0,85, 0,84 e 0,83, respectivamente. Os dados revelam que a versão brasileira da TMMS-24 apresenta propriedades psicométricas satisfatórias para a população em estudo e, possivelmente, poderá ser utilizada amplamente, tanto como escala total quanto por fatores. A análise fatorial confirmatória, que corresponde à fase seguinte do estudo, deverá fornecer informações adicionais correspondentes aos dados encontrados.