Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Estudo do polimorfismo Val66Met do gene do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) em pacientes vítimas de traumatismo crânio encefálico grave
Mirelli Gabardo Klein, Rita Iara Moreira do Nascimento, Andrea Pereira Regner, Daniel Simon

Última alteração: 24-10-2012

Resumo


O traumatismo crânio encefálico (TCE) é uma agressão ao cérebro, causada por uma força física externa, que pode produzir um estado diminuído ou alterado de consciência, resultando em comprometimento das habilidades cognitivas ou do funcionamento físico do cérebro. Após o TCE, a ativação dos mecanismos de reparo e a estimulação da neuroregeneração podem ser facilitadas pela presença de algumas neurotrofinas. O fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF) é uma neurotrofina que se encontra vastamente distribuída no sistema nervoso central e tem a capacidade de regular diversas funções biológicas, como crescimento axonal, mediação do processo de sobrevivência e apoptose neuronal. Fatores genéticos podem influenciar tanto a suscetibilidade do cérebro ao trauma, quanto sua capacidade de reorganização, renovação neural e reparo, e provavelmente desempenham um papel na determinação do desfecho pós-TCE. Um polimorfismo no gene BDNF, que resulta na troca de uma valina (Val) por uma metionina (Met) no códon 66 (Val66Met), foi associado a alterações no tráfego intracelular e secreção do BDNF, com redução de cerca de 50% de BDNF produzido. Estudos realizados em populações saudáveis associaram o alelo Met com a diminuição da memória episódica, memória de trabalho e de funções do hipocampo, já em populações clínicas, o alelo Met foi associado com perturbações neurodegenerativas e psiquiátricas. Em pacientes com TCE foi descrita associação entre o alelo Met e melhor recuperação em funções executivas. O presente estudo tem por objetivo investigar a associação entre o polimorfismo Val66Met do gene BDNF e o desfecho primário (alta da UTI ou morte) em vítimas de TCE grave. Serão analisados 150 pacientes do sexo masculino, vítimas de TCE grave provenientes do Hospital Cristo Redentor (HCR, do Grupo Hospitalar Conceição) de Porto Alegre, Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) e Hospital de Pronto Socorro Deputado Nelson Marchezan (HPSC) de Canoas. A genotipagem está sendo realizada por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR), seguida de clivagem dos fragmentos amplificados com a enzima de restrição NlaIII e eletroforese em gel de poliacrilamida. Até o presente momento foram analisados 74 pacientes, com idade média de 35,4 anos. Dos 74 pacientes estudados, 59 (79,7%) apresentaram o genótipo Val/Val, 12 (16,2%) o genótipo Val/Met e 3 (4,1%) o genótipo Met/Met. A frequência do alelo Val foi 87,8%. Após a realização das análises genéticas no restante da amostra, será realizado estudo de associação entre os genótipos e o desfecho clínico dos pacientes.