Última alteração: 24-10-2012
Resumo
A mastite bovina é a principal patologia da glândula mamária e a maior causadora de prejuízos na produção leiteira. Sua etiologia é quase sempre relacionada a problemas de manejo sanitário e de ordenha. Entretanto, observa-se a existência de animais com maior ou menor resistência a mastite, mesmo quando fatores ambientais são controlados. O presente estudo tem como objetivo determinar a presença do polimorfismo de único nucleotídeo (SNP) CGIL4 associado à resistência à mastite em rebanhos de vacas holandesas. Para obtenção do DNA genômico, foram coletadas amostras de sangue de 36 vacas de segunda e terceira lactação de rebanhos tecnificados no Vale do Taquari, RS. O fenótipo de resistência à mastite foi determinado com base no histórico clínico das vacas. A identificação do SNP CGIL4 foi realizada através da técnica de PCR-RFLP. Para tanto, foram usando os seguintes primers E155F (5'-TGACGCAGAATCCAAAGTTAAAACA-3') e E155R (5'-GAGGAGGTGGCCGGTTCAGA-3') para a produção de um amplicon de 399 pb (Sharma et al., 2006). Utilizou-se a técnica de touchdown PCR com temperatura de anelamento de 60° C para amplificação do gene alvo, e o SNP foi identificado pela clivagem do gene com a enzima de restrição TaqI. A caracterização da presença do SNP foi determinada como homozigose GG (dois fragmentos de 125 e 235 pb) ou AA (dois fragmentos de 125 e 274 pb) ou heterozigose AG (três fragmentos de 125, 235 e 274 pb). A análise da clivagem foi realizada por eletroforese em gel de agarose 3%. A genotipagem GG foi considerada como resistente a mastite (Sharma et al., 2006). Os resultados parciais mostram que a análise estatística (teste Qui-quadrado), com nível de significância de 5% demonstrou que não houve associação entre os fenótipos e genótipos comparados. O genótipo mais freqüente observado foi GG (63,8%), seguido por AG com 27,7% e 8,33% AA. O presente resultado difere de outros estudos que apontaram AG como o genótipo mais freqüente. As freqüências alélicas foram 77,2% para o alelo G e 22,8% para o alelo A. Não foi encontrada associação entre os genótipos e fenótipos de resistência e susceptibilidade à mastite (χ2 = 1,125, p = 0,5699). O motivo da alta freqüência genotípica encontrada pode estar baseada na alta endogamia encontrada na raça holandesa. Estudos posteriores, com um número amostral maior, são necessários para se confirmar os resultados e esclarecer a relevância do marcador para a seleção contra a mastite.