Última alteração: 24-10-2012
Resumo
O termo célula-tronco se refere a células precursoras que se diferem das demais células somáticas por apresentarem três características distintas, são elas: (1) autorrenovação mantendo uma população de células indiferenciada; (2) a capacidade de multiplicação por longos períodos; (3) ser induzidas a tornarem-se unidades com funções especiais. Existem basicamente dois tipos de células-tronco: as embrionárias e as adultas ou somáticas. Este segundo grupo representa as células tronco encontradas em quase todos os tipos de tecidos; entre estas, temos as células-tronco mesenquimais. Recentemente, o tecido adiposo adulto vem sendo utilizado como fonte alternativa, acessível e rica em células-tronco mesenquimais. Diversos grupos de pesquisa, que trabalham independentemente com as Células Tronco Derivadas de Tecido Adiposo (ASC), demonstraram que as mesmas conseguem se diferenciar in vitro em múltiplas linhagens, dentre as quais adipócitos, condrócitos, hepatócitos e osteoblastos, além de células endoteliais, epiteliais, hematopoiéticas, neuronais e miogênicas. Quimioterápicos são fármacos que atuam a nível celular interferindo no seu processo de crescimento e divisão; a maioria desses não possui especificidade, ou seja, não destrói seletiva e exclusivamente as células tumorais. Em geral, são tóxicos aos tecidos de rápida proliferação caracterizados por uma alta atividade mitótica e ciclos celulares curtos. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivo conhecer a reação das ASCs frente aos quimioterápicos uma vez que essas células estão sendo utilizadas clinicamente na reconstrução de tecidos quando ocorre retirada de tumor, por exemplo. Para tanto, foram avaliados os efeitos dos quimioterápicos Oxaliplatina e 5-Fluorouracil, in vitro, em ASCs usando como controle a linhagem de carcinoma de cólon HT-29. As amostras de tecido adiposo foram cedidos por 02 (dois) pacientes que se submeteram a lipoaspiração na Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA). Após isolamento, as células foram cultivas e usadas nos experimentos que seguiram duas metodologias distintas para avaliar a ação dos quimioterápicos: 1) a curto prazo (72 h) através do ensaio de coloração com sulforodamina B (SRB); 2) a longo prazo (15 dias) através da contagem de células após coloração com violeta cristal. Os resultados demonstraram, que, quando comparadas com a linhagem tumoral HT-29, as ASCs se mostraram mais resistentes aos quimioterápicos testados. Também verificamos que existe diferença de sensibilidade aos quimioterápicos entre as culturas de diferentes pacientes. Estas observações foram iguais nos dois tempos avaliados. Mais estudos são necessários para obtermos um completo perfil das ASC frente ao efeito de quimioterápicos.