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Prevalência e persistência da infecção cervical pelo papilomavírus humano (HPV) em mulheres de uma comunidade do interior do Rio Grande do Sul.
Última alteração: 24-10-2012
Resumo
A infecção pelo papilomavírus humano (HPV, human papillomavirus) é uma doença sexualmente transmissível e responsável pelo desenvolvimento de câncer cervical nas mulheres. O HPV pertence à família Papillomaviridae e é classificado em 12 gêneros que infectam várias espécies de animais, sendo que apenas o gênero Alpha causa infecção cervical nas mulheres, sendo classificado em tipos e de acordo com o potencial oncogênico (risco baixo, intermediário e alto). A informação epidemiológica da prevalência do HPV na população é essencial para o estabelecimento de estratégias de prevenção. Este resumo apresenta um resultado preliminar de um estudo maior que tem como objetivo investigar a prevalência e persistência do HPV em mulheres atendidas em um serviço público de saúde em uma comunidade no interior do Brasil. Amostras cervicais para análise citológica e detecção do DNA do HPV foram coletadas de 56 mulheres atendidas em uma clínica de saúde pública na cidade de Cruz Alta (Rio Grande do Sul) no período de janeiro a abril de 2012. A detecção e tipificação do HPV foi realizada conforme previamente descrito (COSER et al., Braz J Infec Dis - Vol. 15 nº 5 – 2011). Os resultados citológicos não mostraram alterações citológicas em 52 (92,9%) amostras, enquanto 4 (7,1%) mulheres apresentaram células atípicas ou lesão de baixo grau. O HPV foi detectado em 20 (35,71%) amostras, sendo 14 (70%) casos com um único tipo, 4 (20%) infecções mistas com 2 tipos e 2 (10%) indeterminadas. Tipos de risco baixo, intermediário e alto do HPV foram detectados em 1 (5%), 5 (25%) e 12 (60 %) amostras, respectivamente. Na análise comparativa, 16 (30,8%) das 52 mulheres com citologia normal tiveram resultado positivo para o HPV e todas as 4 (100%) com alteração citológica tiveram infecção pelo HPV (duas infecções simples pelos tipos 45 e 31, e duas infecções com os tipos 18 e 16, 16 e 35). Quinze pacientes eram casos previamente positivos para HPV no ano de 2010, das quais 9 (60%) apresentaram resultado negativo (eliminaram a infecção) e 6 (40%) apresentaram resultado positivo para HPV (persistiram com a infecção). Nestes 6 casos, 3 presentaram tipo diferente do anterior e os outros 3 casos resultaram no mesmo tipo previamente identificado (20% de persistência). Entre estes ocorreu um caso de tipo de alto risco sem lesão em 2010 que apresentou lesão de baixo grau, com células atípicas, em 2012. A estimativa preliminar de persistência (20%) está de acordo com outros estudos (ROSA et al., Am J Obstet Gynecol. - 199(6):617.e1-7 - 2008). Os dados iniciais demonstram a importância da associação de testes citológicos e detecção de DNA no rastreamento de casos de câncer cervical.